Joel Pires Santana, o pastor investigado por patrocinar atos de vandalismo em Brasília, escreveu um dia antes de ser preso que vândalos precisam 'pagar' por seus atos.
O comentário de Joel foi feito em seu perfil pessoal no Facebook em resposta a um internauta que falava justamente sobre punição aos extremistas que tentaram invadir o prédio da PF e acabaram incendiando carros e ônibus no Distrito Federal.
'Quem deve tem que paga (sic)', diz a frase postada na quarta-feira (28), um dia antes de Joel ser preso em São Francisco do Guaporé (RO).
O site apurou que Joel Pires Santana, de 40 anos, trabalha como juiz de paz no cartório de São Francisco do Guaporé (RO) e se apresenta também como pastor de uma igreja na cidade, onde ele foi preso.
Em suas redes sociais, Joel Pires fazia várias postagens mostrando as cerimônias de casamentos realizadas em São Francisco do Guaporé. Em uma das últimas fotos, na quarta-feira (28), o juiz de paz aparece assinando uma certidão de casamento.
Nas redes sociais, o juiz de paz se identifica como apoiar do presidente Jair Bolsonaro e é ligado a grupos extremistas.
A TV Globo apurou que frequentou atos bolsonaristas na frente do Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU) em Brasília, e que o suspeito foi um dos patrocinadores dos atos de vandalismo ocorridos no DF. O g1 tenta localizar a defesa do suspeito.
Cinco mandados de prisão foram cumpridos no estado nesta quinta-feira através da Operação Nero, da PF, sendo dois deles contra Ricardo Yukio Aoyama, de 33 anos, de Ariquemes (RO), e Joel Pires Santana, de 40 anos.
Até a última atualização desta reportagem, apenas Joel Pires Santana havia sido preso.
A PF também cumpre oito mandados de busca e apreensão no estado, sendo estes nas cidades de Ariquemes, Monte Negro, Alto Paraíso e Comodoro, que fica na divisa com Vilhena (RO). O g1 tenta localizar a defesa dos suspeitos.
Durante as buscas na casa de Ricardo Aoyama, em Ariquemes, os policiais encontraram uma arma, quatro carregadores e diversas munições. Nas redes sociais, o suspeito se identifica como apoiar do presidente Jair Bolsonaro e é ligado a grupos extremistas
De acordo com a Polícia Federal, "o conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo".
Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.
Segundo a PF, as investigações tiveram início depois da tentativa de invasão à sede da PF. À ocasião, bolsonaristas tentaram resgatar José Acácio Serere Xavante, indígena preso pela instituição no dia 12 de dezembro. Sem sucesso, iniciaram ataques de vandalismo na capital.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte. Fonte: G1