18/01/2023 às 08h52min - Atualizada em 18/01/2023 às 08h52min
A expectativa para os próximos anos para acelerar o desenvolvimento de Rondônia
Gazeta Rondônia
Rildo Costa
Área portuária de Porto Velho, na capital de Rondônia. Logística precisa de mais investimentos (Foto: Wikipédia) Ao mesmo tempo que comemoramos o aniversário do Estado de Rondônia no início deste ano e constatamos que, sem sombra de dúvida, somos um dos estados que mais tem crescido e se desenvolvido em todo país, temos que olhar para o futuro e exigir que nossos administradores tenham visão de progresso e ambição de desenvolvimento.
Quando da implantação do Estado de Rondônia, o então governador Jorge Teixeira afirmava que não podia conceber que Rondônia fosse apenas um estado a mais no país, mas teria que ser diferente, um exemplo no futuro. Com base nesta convicção, o próprio governador iniciou uma base para que isto ocorresse.
Agora, muitos anos depois, apesar de em certos períodos termos desviado daqueles ambiciosos propósitos iniciais, a garra, a luta, a perseverança dos habitantes do Estado e de todos aqueles que aqui chegaram, conseguiram alavancar uma posição de destaque na região norte e agora em alguns setores em todo o país.
Somos o maior produtor de peixe em cativeiro, o maior produtor de cassiterita, temos inúmeros minerais a serem explorados, um dos maiores rebanhos de gado de corte, um dos maiores produtores de café do país, o maior produtor de leite da região norte. Nossa produtividade de soja já está entre as duas melhores do país, temos expressiva produção de cacau, milho, arroz, feijão, produzimos carnes de aves, suínos e ovinos e já enveredamos pela produção de frutas e hortaliças, o que antes era tudo oriundo de outros estados.
Rondônia exporta energia elétrica para o restante do país e agora presenciamos um forte investimento na melhoria de nossas redes e no sistema de distribuição de energia internamente.
Nossas cidades evoluíram muito, seja na área de urbanização, saúde pública, educação, comércio, serviços, e nossos campos são cada vez mais produtivos.
Poderia citar por muitos parágrafos parte de nossas significativas conquistas e vitórias, mas o propósito deste artigo é alertar nossos administradores que Rondônia, o seu povo, destemidos pioneiros, exige ações voltadas para o futuro, que consolida nosso desenvolvimento e de referência nacional.
Não podemos nos contentar com promessas genéricas, obras sem continuidade ou iniciativas que duram meses ou apenas anos.
Inicialmente, não é aceitável que estando ao lado da Bolívia que possui 12 milhões de habitantes e poderia ser um mercado para nossos produtos, até hoje não temos um canal de comércio e trânsito já consolidado.
A ideia de uma balsa no Rio Guaporé na região de Costa Marques deve ser acolhida e implantada, permitindo a ida e vinda de veículos entre os dois países, assim como a construção da ponte entre Guajará-Mirim e Guayaramerín.
Outro tema inadiável é a trazer para a prática a internacionalização do aeroporto de Porto Velho, conseguindo voos para La Paz e Lima no Peru, com o que seria totalmente transformada a logística dos moradores de nosso estado. Somente Lima tem mais de 10 milhões de habitantes, e estaria a poucas horas de voo de Porto Velho, sendo que de lá, pode ir para qualquer lugar do mundo.
Não podemos mais aceitar a construção de rodovias mal planejadas, cheias de curvas, sem suporte para tráfego pesado, pois nossas estradas convivem com bitrens, treminhões, com cargas pesadas, sendo ainda necessária a ligação de todos os municípios por rodovia asfaltada. O asfaltamento da rodovia Cabixi a Cerejeiras é importantíssimo, pois viabilizaria a futura ligação com Comodoro no Mato Grosso e atenderia a região de maior produção do Estado. A retirada do isolamento de Chupinguaia também é vital, promovendo-se a abertura da rodovia até Cerejeiras. O prosseguimento da Rodovia do Boi para unir o Cone Sul à Zona Central de Rondônia. A conclusão do asfaltamento da rodovia que liga Cacoal a Espigão do Oeste, de Ariquemes a Machadinho, entre outras de relevância.
Quando da implantação do Estado de Rondônia, o então governador Jorge Teixeira afirmava que não podia conceber que Rondônia fosse apenas um estado a mais no país, mas teria que ser diferente, um exemplo no futuro.
Não se mostra aceitável que sendo um dos grandes produtores de cacau do país não tenhamos sequer uma indústria de achocolato ao passo que muitos estados que não possuem um pé de cacau, tenham grandes indústrias beneficiando e industrializando o produto.
Nossa avicultura é muito promissora, daí porque o Governo do Estado deve buscar novos investidores para que tenhamos no mínimo mais duas plantas frigoríficas de aves no estado, assim como de suínos, pois o maior entrave sofrido pelos produtores é o favorecimento de produtos de outros estados e a não existência de frigoríficos estruturados e que possam abrigar a ampliação da produção.
No setor da educação , que deveria ser o prioritário para qualquer busca de diferencial de desenvolvimento, exigem-se ações que permitam aos alunos a aquisição além dos ensinamentos básicos indispensáveis até para as suas futuras vidas profissionais, uma preparação cultural e artística que valorize a ciência, a história, além de conhecimentos gerais.
A Coreia do Sul em 40 anos, através de uma revolução educacional, deixou de ser um país pobre para ser um país rico.
Temos que eleger como metas a eliminação total do analfabetismo no Estado de Rondônia e debelar focos de pobreza e miséria, pois por sermos um Estado com população aproximada de 2 milhões de habitantes, são metas totalmente realizáveis.
Como dirão alguns, existem muitos outros temas de relevância. E isto é realidade. Mas aqui não estamos elaborando plano de governo, mas sim registrando um alerta para os governantes que nosso povo exige e merece um trabalho com eleição de prioridades, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população, a geração de pleno emprego, o acesso a uma saúde de qualidade, segurança nas estradas, ao crescimento econômico, a paz gerada pela redução de desigualdades sociais.
Existe a necessidade de uma ação conjunta de toda bancada federal para que se consiga ao menos a duplicação do trecho mais movimentado da BR-364 que se localiza entre Pimenta Bueno e Ouro Preto do Oeste, assim como a construção do trevo ou de viadutos no trecho da BR-364 próximo Vilhena e que dá acesso a BR-435.
Investimentos no setor de criminalística , dotando o Estado de meios técnicos eficientes para desvendar crimes.
Presença mais efetiva e permanente do Exército e da Polícia Federal em nossas cidades de fronteira. Nesta questão das Forças Armadas, por exemplo, o município de Pimenteiras do Oeste, na fronteira com a Bolívia, já justifica um destacamento do Exército.
Ainda sobre Pimenteiras do Oeste, desta vez na área da logística, o aprofundamento de alguns trechos do rio Guaporé entre a cidade ribeirinha e a capital poderia formar um novo canal de escoação da produção agrícola do Cone Sul de Rondônia e do Meio Norte do Mato Grosso via transporte fluvial, que é cinco vezes mais barato que o rodoviário.
Essas são apenas algumas ideias de como podemos pensar o futuro de Rondônia, traçar planejamentos estratégicos e executar um projeto de desenvolvimento.
Assim, o intento do governador Jorge Teixeira se realizará com toda a potencialidade, transformando esta terra num dos mais pujantes polos de desenvolvimento no Brasil.
Fonte: Rildo Costa - Jornalista e Publicitário em Rondônia.