24/02/2022 às 13h08min - Atualizada em 24/02/2022 às 13h08min

Uma conversa sobre um dos transtornos mentais mais comuns da atualidade: os transtornos alimentares

Lorrayne Cella

Lorrayne Cella

Psicóloga Clínica - CRP/14 09261-8

Lorrayne Cella
Quando se fala em transtornos mentais, normalmente os mais debatidos são os transtornos depressivos e ansiosos. Entretanto, os transtornos alimentares (TA’) possuem uma prevalência cada vez maior na população e ficam muito atrás dos outros quando se trata de conscientização sobre os sintomas e sobre o tratamento.

Ainda há muita negação e interpretações distorcidas sobre os transtornos alimentares, que afirmam, por exemplo, que se tratam apenas de “frescura para comer” e de “falta de força de vontade” para se alimentar de forma correta. Quando na verdade, esse comportamento alimentar é fonte de sofrimento muito intensa para quem vive com o transtorno.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), os transtornos alimentares podem ser definidos por uma perturbação persistente na alimentação que resulta em um uma guerra contra a comida e no consumo alterado de alimentos (seja para mais ou para menos).

Hábitos alimentares disfuncionais normalmente estão relacionados à insatisfação excessiva com a imagem corporal e foco exagerado no peso, o que faz que a pessoa tenha comportamentos alimentares perigosos como comer uma quantidade baixíssima ou altíssima de alimentos, fazer uso continuo de laxantes e diuréticos, provocar vômitos logo após as refeições e tentar compensar a alimentação com o excesso de atividade física.

A população feminina é a mais afetada pelos Transtornos Alimentares. Por mais que os transtornos mentais sejam multifatoriais (ou seja, resultado de uma junção de vários fatores), acredita-se que a explicação para isso esteja relacionada às imposições estéticas ao gênero feminino, o que resulta em comportamentos de adequação corporal aos padrões de beleza estabelecidos culturalmente.

Alguns sintomas dos transtornos alimentares mais comuns:
  • Compulsão alimentar: episódios recorrentes de compulsão alimentar. Importante destacar que compulsão é diferente de exagero. Um episódio de compulsão alimentar envolve comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome, mais rapidamente que o normal, até se sentir desconfortavelmente cheio. Há uma sensação de perda de controle e normalmente a pessoa se sente extremamente culpada em seguida;
  • Bulimia nervosa: episódios recorrentes de compulsão alimentar, mas seguidos de comportamentos compensatórios para tentar impedir o ganho de peso (jejum, vômito autoinduzido, laxantes, diuréticos e excesso de atividade física);
  • Anorexia nervosa: restrição persistente da ingestão calórica, peso corporal significativamente baixo, medo intenso de engordar e perturbação na percepção do próprio peso e da própria forma;
É preciso aumentar a atenção a esses sintomas, pois os Trantornos alimentares também aumentam os sintomas depressivos e ansiosos e estão dentro das condições mentais que mais matam (seja por debilitar a saúde física ou por suicídio).

ATENÇÃO: Apenas psicólogos ou psiquiatras podem fechar um diagnóstico de transtorno alimentar. Por favor, não se auto diagnostique sem antes procurar um profissional qualificado. Se se identificar com algum dos sintomas, busque ajuda.

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