11/04/2023 às 09h02min - Atualizada em 11/04/2023 às 09h02min

A escassez de fontes de suprimento e dos estoques de madeira pode comprometer a produção de Rondônia no longo prazo

Estudo realizado pelo Imaflora, sobre a indústria de base florestal do Estado, será debatido em evento nesta quarta-feira, 12 de abril

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Nesta quarta-feira (12), o Grupo de Trabalho de Produção do Fórum de Soluções em Legalidade Florestal realiza o evento “Setor florestal de Rondônia: oportunidades para o planejamento setorial”. O encontro ocorre a partir das 14h30, de forma presencial, no Golden Plaza Hotel, em Porto Velho, e busca discutir os resultados de um recente estudo editado pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), traçando um panorama da produção florestal no Estado e as perspectivas futuras para o setor de base florestal.

Intitulado "Evolução da indústria de base florestal de Rondônia e oportunidades para o planejamento setorial e para a conservação das florestas de produção", o estudo faz parte da série de boletins técnicos da plataforma Timberflow, dedicada a gerar informações sobre a produção, mercados e fluxos de madeira da Amazônia.


Além da apresentação do boletim técnico, que será realizada pelos pesquisadores Marco Lentini e Rodrigo Costa, a programação do evento ainda prevê a participação de Evandro Muhlbauer, da Madeflona, que falará sobre “O mercado do Estado em perspectiva”; Rodrigo Moreira, da Controladoria Geral do Governo do Estado de Rondônia, que abordará “Os avanços da agenda da integridade florestal”; e de Diego Monteiro e Natanael Pinheiro, ambos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (Sedam-RO), que trarão “O papel da Sedam no setor florestal”.

Esse é um dos mais abrangentes estudos já realizados sobre o comportamento da atividade florestal de Rondônia e busca entender sua dinâmica, identificar seus principais gargalos e apontar perspectivas e oportunidades de desenvolvimento. “Rondônia é o terceiro maior produtor de madeira da região amazônica, atrás somente do Pará e Mato Grosso, contudo, o declínio dos estoques madeireiros nas suas florestas nativas tem colocado o suprimento a longo prazo em cheque”, observa o pesquisador do Imaflora, Marco Lentini.

No entanto, o pesquisador garante que o Estado tem plena capacidade de mudar o atual cenário de queda na produção e caminhar em direção a um modelo de desenvolvimento baseado na manutenção da floresta em pé, da consolidação das fronteiras de expansão madeireira e no fomento a uma cadeia produtiva sustentável e adequada ao seu setor econômico. “Com os seus 14 milhões de hectares, Rondônia tem um potencial de promover o desenvolvimento sustentável focado na floresta em pé, na valorização do patrimônio público, e na geração de uma economia verde voltada para o bem-estar das suas populações rurais, povos e comunidades tradicionais”, completa Lentini.

Produção em queda – O estudo foi baseado em análises da evolução da produção madeireira entre 2011 e 2020, a partir das bases de Documentos de Origem Florestal (DOF) emitidos pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e compilados pelo Imaflora.

Nesse período, Rondônia produziu quase 20 milhões de metros cúbicos de madeira em tora, uma produção que, no entanto, tem diminuído ano a ano. Em 2014, por exemplo, foi registrado o pico de produção de madeira no Estado, com 2,9 milhões de metros cúbicos de madeira em tora. Já em 2020, esse dado ultrapassou por pouco 1 milhão de metros cúbicos, uma queda de quase 38% na produção. Um dos principais responsáveis por esse cenário é o avanço intenso do desmatamento que, além de ameaçar o patrimônio público e os povos indígenas e tradicionais, também coloca em risco a manutenção do setor florestal de Rondônia a longo prazo.
Ainda é possível mudar – O território de Rondônia ainda mantém cerca de 61% de sua extensão coberta por áreas florestais, o que permite uma dimensão da importância socioambiental que o setor florestal madeireiro desempenha para o desenvolvimento sustentável do Estado. Mas, para isso, é preciso mudar o cenário atual de queda de produção, exploração ilegal e de desmatamento, sob o perigo de exaurir nas próximas décadas as áreas florestais que ainda restam.

Atualmente, o Estado abriga cerca de 8 milhões de hectares de florestas legalmente protegidas, além de conter 1 milhão de hectares de áreas públicas não destinadas. Além disso, abriga a maior diversidade de povos indígenas da região, o que reforça a urgência em soluções eficientes de gerenciamento das terras públicas em relação a temas como conflitos fundiários, perda de direitos, contenção do avanço da degradação e do desmatamento e sustentabilidade da produção madeireira responsável.

“É apoiado nesse contexto, que o boletim técnico apresenta um panorama do setor madeireiro de Rondônia, assim como intenciona descrever a sua evolução e discutir as perspectivas e recomendações para a sustentabilidade da cadeia de produção de madeira do Estado no longo prazo”, explica o pesquisador do Imaflora, Rodrigo Costa.

Entre as principais recomendações para esse desenvolvimento florestal sustentável, apontadas no documento, estão o ordenamento territorial de Rondônia, como solução de larga escala para o desenvolvimento do manejo florestal responsável em grandes reservas de produção situadas em áreas públicas por meio de concessões florestais e manejo florestal comunitário. “Para isso, é essencial que os órgãos públicos federal e regional, gestores florestais e a sociedade civil se engajem para o planejamento e promoção de agenda positiva para o setor florestal de Rondônia”, finaliza Costa.
 
Serviço:
Evento “Setor florestal de Rondônia: oportunidades para o planejamento setorial".
Data: 12/04
Hora: 14h30
Local: Golden Plaza Hotel
Realização: Imaflora
Inscreva-se para fazer parte: https://bit.ly/InscricaoGTRondonia

Fonte: Assessoria.
 

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