O rondoniense Yuri Luan dos Reis é um dos 100 denunciados que podem se tornar réus pela invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília (DF), ocorrida no dia 8 de janeiro. O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar os casos na última terça-feira (18).
Yuri é morador de Cerejeiras (RO), distante cerca de 800 km de Porto Velho. Nas redes sociais, se diz solteiro e tem uma filha.
Em um vídeo divulgado três dias antes da invasão à sede dos Três Poderes, Yuri e outros bolsonaristas radicais convidam a população para concentração em frente ao Quartel do Exército, em Brasília. Na ocasião, ele disse que estava em Brasília há quase 60 dias.
No mesmo vídeo, os bolsonaristas anunciam a chegada de ônibus e caravanas de todo o país e anunciam a intenção de marchar até a sede do Congresso no dia seguinte.
A partir de dezembro do último ano, praticamente todas as publicações das redes sociais de Yuri são dele em manifestações. O jovem registrou vários momentos da sua passagem em Brasília, incluindo a invasão à sede dos Três Poderes, até o momento em que chegou na Academia Nacional da Polícia Federal, depois de ser preso.
De acordo com dados do Portal da Transparência, Yuri foi beneficiário do Auxílio Emergencial. O benefício foi pago pelo Governo Federal como medida de resgate aos mais vulneráveis no momento mais agudo da pandemia de Covid.
Um levantamento elaborado por um grupo técnico do Ministério Público Federal (MPF) mostrou que das cerca de mil pessoas presas pelos ataques golpistas de 8 de janeiro, metade recebeu o Auxílio Emergencial.
O g1 tenta contato com a defesa de Yuri Luan dos Reis.
Além de Yuri, outros dois moradores de Rondônia estão na lista dos 100 denunciados. Gleisson Cloves Volff, de 33 anos, é um deles.
Em uma rede social, o administrador de uma padaria de Cacoal (RO) publicou um vídeo gravado dentro da Praça dos Três Poderes e mostrou um grande número de bolsonaristas golpistas subindo a rampa do Congresso Nacional.
Dois dias antes, Gleisson havia postado uma foto com um grupo ao lado de um ônibus, que seguia de Cacoal para Brasília.
O outro rondoniense é Edvagner Bega, morador de Machadinho D’Oeste (RO). Ele é médico veterinário e possui uma empresa que atua no comércio de medicamentos veterinários, criação de animais de estimação, serviço de inseminação artificial em animais, entre outras atividades.
Bolsonaristas radicais, golpistas e criminosos invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, no dia 8 de janeiro deste ano em Brasília.
O ataque às sedes dos três poderes e à democracia é sem precedentes na história do Brasil. Os terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.
Após os ataques, o identificou algumas dos golpistas que apareciam em imagens viralizadas nos ataques. Na maior parte dos casos, as pessoas envolvidas nos atos terroristas gravaram a ação e publicaram em suas próprias redes sociais.
Na terça-feira (18), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a decidir se torna réus 100 dos 1,3 mil denunciados pela invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. A lista conta com advogados, professores, veterinários e empresários.
Com o voto do ministro Edson Fachin, na manhã desta quarta-feira (19), o placar da votação é de 3 votos a 0 para tornar réus os 100 denunciados pela Procuradoria-Geral da República. Votaram nesse sentido: Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Edson Fachin. Apenas Moraes apresentou voto por escrito.
O julgamento começou no plenário virtual nesta terça (18) – exatos 100 dias após os atos de vandalismo que provocaram prejuízo de R$ 26,2 milhões nas sedes dos Três Poderes.
Os outros sete ministros têm até o dia 24 para inserirem seus votos no sistema eletrônico da Corte. Fonte: G1