PORTO VELHO: “Eu Capitu” chega para dar voz às mulheres e provocar reflexões pelo olhar feminino

Gazeta Rondônia
06/09/2025 22h02 - Atualizado há 7 horas

Um dos maiores clássicos da literatura brasileira, Dom Casmurro, de Machado de Assis, ganha uma releitura contemporânea e sensível no espetáculo “Eu Capitu”, que chega pela primeira vez a Porto Velho, nos dias 17 e 18 de setembro, no Teatro Guaporé. Com texto de Carla Faour e direção de Miwa Yanagizawa, a montagem convida o público a refletir sobre violência de gênero, machismo e silenciamento feminino, temas cada vez mais urgentes no Brasil atual.

Em Porto Velho, as apresentações serão gratuitas. No dia 17/09 (quarta), às 19h, o público terá acesso a uma sessão especial seguida de roda de conversa com a equipe; no dia 18/09 (quinta), às 19h, haverá sessão acessível com audiodescrição e Libras. O espetáculo tem classificação indicativa de 14 anos e duração de 90 minutos.

A relevância social do espetáculo é reforçada pelos dados de Rondônia, na qual o estado registrou mais de 6,9 mil ocorrências de violência doméstica, entre janeiro e julho de 2025, incluindo ameaças e lesões corporais, além de 29 crimes letais contra mulheres, entre eles 17 feminicídios. Esses números evidenciam a gravidade do problema e mostram que, embora a violência seja uma realidade concreta, o debate sobre o tema ainda precisa ser ampliado.

Eu Capitu aborda de forma lúdica e reflexiva a realidade expressa em números e violência, com a finalidade de sensibilizar o público e promover discussões sobre prevenção, conscientização e empoderamento das vítimas. Ao levar para o palco histórias e realidades da violência doméstica, a peça cria um espaço seguro para diálogo, despertando empatia e mobilizando o público a refletir sobre a importância da denúncia, do apoio às vítimas e da construção de uma cultura de respeito e igualdade.

“No palco, as atrizes encenam uma história que se passa no Brasil de hoje, quando Ana, adolescente presa em um ambiente de tensão doméstica, presencia o fim de um relacionamento abusivo de sua mãe. Para nós interessa instigar o olhar da plateia, convidá-la a imaginar outras possibilidades narrativas, tomar consciência das coisas se valendo de mais de uma perspectiva. Portanto, juntas, levantamos questionamentos e nos apropriamos deles para desdobrá-los ao invés de buscar soluções definitivas.”, ressalta a diretora Miwa Yanagizawa.

EU CAPITU

Inspirada no universo do romance machadiano, a peça retrata a história de Ana (interpretada por Mika Makino), que desde pequena se isola em um mundo imaginário como forma de fugir dos problemas que enfrenta em casa. Sua mãe, Leninha, vive um relacionamento abusivo com o marido, um homem ciumento, possessivo e inseguro (Leninha/Capitu interpretada por Juliana Trimer).

A tensão doméstica acaba por refletir no rendimento escolar da menina, que precisa tirar boas notas em Literatura para não repetir o ano. A prova final será baseada na obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. No entanto, a leitura afeta diretamente Ana, que passa a enxergar pontos em comum entre o livro e sua própria vida.

Em seu refúgio fantástico, Ana começa a misturar ficção com realidade e recebe a visita de uma mulher misteriosa, que tem o rosto parecido ao de sua mãe. Aos poucos, descobrimos que esta mulher é Capitu. Nesses encontros, Ana dá voz àquela mulher que só conhecemos através do olhar masculino.

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A Capitu imaginária fala sobre si e sobre Leninha, a mãe de Ana, e ajuda a menina a compreender as atitudes, escolhas, medos e os desejos de mulheres que sofrem com ciúmes, desconfiança e abusos presentes em relacionamentos tóxicos. Além disso, a improvável ligação entre elas serve à menina, que está entrando na adolescência, como um rito de passagem para o universo feminino adulto, em que ela começa a entender o que significa ser mulher num mundo narrado por homens.

A proposta da autora, Carla Faour, é promover um olhar sensível sobre prevenção, conscientização e empoderamento, levando ao palco histórias e realidades da violência doméstica, criando um espaço seguro para diálogo, despertando empatia e construindo uma cultura de respeito e igualdade.

“Se o assunto é muito duro e pesado, preferimos falar de forma lúdica, criando um universo simbólico e poético, mas sem perder a urgência do debate sobre violência contra a mulher”, destaca.

OFICINAS GRATUITAS

Oficina Petrobras Eu Outra – Com Miwa Yanagizawa

 18/09 (quinta-feira), 9h às 13h – Sala de Espelhos, Complexo do Teatro Palácio das Artes

Público: artistas e estudantes de teatro

Inscrições: https://forms.gle/QRmjcsDw3TNzk1mu7

Oficina Petrobras Da Ideia ao Projeto – Com Felipe Valle

19/09 (sexta-feira),14h às 18h – Auditório da Escola Estadual Barão dos Solimões

Capacidade aproximada: 60 lugares

Público: artistas, produtores, gestores e interessados em cultura

Inscrições: https://forms.gle/S5ntFpe9p3gQPHweA

CIRCULAÇÃO NACIONAL

Desde sua estreia, Eu Capitu já passou por Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, sempre com sessões lotadas, e segue agora para Porto Velho, antes de chegar a Salvador, Fortaleza e Manaus. O projeto é reconhecido nacionalmente por unir literatura clássica, debate social e linguagem teatral contemporânea, sendo destaque em veículos culturais de referência.

O espetáculo conta com patrocínio da Petrobras, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), do Ministério da Cultura, o que permite a circulação nacional da peça e a realização de atividades formativas gratuitas, ressaltando a importância da Petrobras no incentivo à produção cultural e na democratização do acesso à arte.

SERVIÇO

Datas: 17 e 18 de setembro de 2025

Horário: 19h

Local: Teatro Guaporé, Porto Velho/RO

Entrada gratuita

Sessão acessível em 18/09 com audiodescrição e Libras

Classificação indicativa: 14 anos

Duração: 90 minutos

FICHA TÉCNICA

Texto: Carla Faour

Direção Artística: Miwa Yanagizawa

Direção Assistente: Maria Lucas

Idealização e Direção Geral: Felipe Valle

Direção de Produção: Bárbara Galvão (Pagu Produções Culturais)

Coordenação de Projeto: Trupe Produções Artísticas

Elenco: Mika Makino (Ana) e Juliana Trimer (Leninha/Capitu)

Direção Sonora, Trilha Original e Preparação Vocal: Azullllllll

Direção de Arte: Teresa Abreu

Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni

Produção Executiva: Bem Medeiros

Produtora Assistente: Natalia Dias

Produção Local: Val Barbosa

Design Gráfico e Fotografia: Daniel Barboza

Assessoria de Imprensa: Camila Lima

Produtora Associada: Pagu Produções Culturais

Realização: Trupe Produções Artísticas

Patrocínio: Petrobras.

Texto e Fotos: Assessoria.


FONTE: Assessoria
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