O grande movimento de mulheres em cerejeiras teve seu início em outubro de 1988, com a ida de algumas mulheres para o município de Presidente Médici (RO), para participar do encontro de mulheres. Deste encontro nasceu a vontade e a consciência da importância das mulheres se reunirem e se organizarem.
Já em 1990, formaram-se três grupos de mulheres na cidade reunindo-se mensalmente para reflexão e estudo, com roteiros didáticos, partilha de vida, troca de experiências, troca de receitas, economia doméstica e fortalecimento de laços de amizades.
Um grupo de mulheres com a assessoria da irmã Maristela reuniu-se em 1990 para tentar encontrar uma maneira de as mulheres se organizarem, surgiu a proposta do projeto associação de mulheres para a Miserior-Alemanha pedindo ajuda financeira para o início dos trabalhos.
No ano de 1991 saiu a aprovação do projeto pelo Miserior-Alemanha para a construção de um centro comunitário para as mulheres de cerejeiras, onde atualmente funciona ativamente a Associação de Mulheres.
Com a aprovação deste projeto iniciou-se as atividades para a construção da fundação da Associação de Mulheres Margarida Alves (AMMA) no dia 25 de maio de 1991 realizou-se a assembleia de fundação, aprovação do estatuto e eleição da primeira diretoria.
O nome da AMMA é uma homenagem à sindicalista Margarida Maria Alves, que nasceu em 5 de agosto de 1933, em Alagoa Grande, no Brejo da Paraíba. Ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande. Durante 12 anos na presidência da entidade, lutou para que os trabalhadores do campo tivessem seus direitos respeitados, como carteira de trabalho assinada, férias, 13º salário e jornada de trabalho de 8 horas diárias. Ela foi morta na frente de sua casa em 12 de agosto de 1983 com um tiro de escopeta calibre 12 no rosto, disparado por um pistoleiro. Na hora do crime ela estava acompanhada do esposo e do seu filho pequeno.
As denúncias de abusos e desrespeito aos direitos dos trabalhadores nas usinas da região, feitas por Margarida, resultaram no seu assassinato, encomendado por fazendeiros. Quando Margarida foi assassinada, 72 ações trabalhistas estavam sendo movidas contra os fazendeiros locais. A líder sindical se transformou em símbolo de resistência e luta contra a violência no campo, pela reforma agrária e fim da exploração dos trabalhadores rurais. Sua memória e legado continuam inspirando centenas de milhares de mulheres que, até hoje, enfrentam desafios semelhantes em suas realidades.
A AMMA é uma sociedade de natureza civil, sem fins lucrativos próprios, e que se rege por estatuto e pelas disposições legais aplicáveis e não faz qualquer distinção de raça, cor, gênero ou religião. É expressamente vedado aos associados, nas assembleias e reuniões da associação fazer qualquer tipo de manifestações de caráter político partidário.
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