Um vice-diretor foi detido após alunas denunciarem diversos episódios de assédio dentro da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental), localizada na região de Brasilândia, zona norte de São Paulo, na noite de terça-feira (6).
De acordo com a GCM (Guarda Civil Metropolitana), os agentes receberam um acionamento para o endereço informando sobre um caso de assédio praticado por um funcionário contra uma aluna.
No local, as equipes encontraram a via em frente a unidade escolar tomada por populares e alunos que estavam revoltados com a situação.
Imagens obtidas pela reportagem mostram o suspeito já dentro da viatura da Guarda Civil. Ele foi encaminhado para a delegacia, para onde as alunas que denunciaram os abusos também foram levadas.
Até o momento, ao menos quatro estudantes tiveram coragem de relatar os assédios cometidos pelo vice-diretor.
Assédio na biblioteca e ameaças
Segundo as adolescentes, os casos geralmente aconteciam dentro da biblioteca. O grupo acredita que o homem utiliza o espaço fechado e sem câmeras de monitoramento para praticar os atentados contra as estudantes.
Em um dos relatos, uma aluna afirmou que arrumava os livros na biblioteca quando o assediador pegou em sua cintura. Depois disso, ela não frequentou mais a sala.
Uma segunda estudante informou que já passou pela mesma situação cerca de quatro vezes, que o homem também passou a mão em sua cintura dentro da biblioteca.
A terceira aluna relatou que foi até a escola em um dia no qual não havia aulas, para uma ação organizada pelos alunos para organizar os livros na biblioteca. Na data, ela estava de shorts e o vice-diretor passou a mão em suas pernas.
A garota chegou a relatar o caso para a mãe, mas recebeu ameaças do homem. Meses depois, durante alguns intervalos da aula, o assediador passou perto da estudante e segurava sua nuca.
Uma outra vítima também afirmou que o homem tinha o costume de abraçar algumas colegas e que ficava indo dentro das salas de aulas buscando as garotas.
Elogios com teor sexual
A mãe de uma das estudantes afirmou que chegou a conversar com a filha tempos antes sobre o assédio, que o homem elogiava as alunas com um teor sexual.
A mulher afirmou que não prestou nenhuma queixa anteriormente porque a filha disse que o vice-diretor havia pedido desculpas pelo comportamento.
O caso foi registrado na 4ª Delegacia de Defesa da Mulher. O homem irá responder ao processo em liberdade, inicialmente.
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