Cláudia Mônica Pinheiro Torres, de 54 anos, falsa enfermeira investigada por vacinar empresários contra a Covid-19 de forma ilegal em Belo Horizonte (MG), reúne um extenso histórico de golpes em seu currículo. A cuidadora de idosos, que foi presa na última semana, ganhou liberdade provisória neste sábado (3).
Ao Fantástico, uma fonte anônima que trabalhava com Cláudia como cuidadora de idosos afirmou que a enfermeira já aplicava golpes há um tempo.
“Comecei a trabalhar com ela, dava plantões. A gente começou a cobrar o dinheiro, ela dava desculpas, inventou histórias de que foi roubada, que não tinha como dar o dinheiro. As pessoas falavam que ela era meio perigosa, que ela tinha envolvimento com pessoas que eram perigosas, e a gente ficou com medo mesmo de ir atrás do dinheiro que tinha que receber justamente por isso. Do que ela seria capaz de fazer”, disse.
Ainda segundo a reportagem, a falsa enfermeira reúne uma série de processos na Justiça por ter sumido com dinheiro de vítimas. Em um dos casos levados à polícia, uma das vítimas diz ter perdido R$ 20 mil.
No escritório de um dos donos da garagem onde ocorreram as aplicações, a Polícia Federal encontrou uma lista com 57 nomes e horários que seriam da vacinação. A maioria dessas pessoas mora em bairros luxuosos e condomínios fechados da região metropolitana de Belo Horizonte.
Na relação, aparecem nomes de advogados, um aluno de doutorado, um dentista e quatro parentes do ex-senador Clésio Andrade, que nega ter recebido o imunizante. Diretores do sindicatos das empresas de ônibus da região e empresários do ramo do transporte também estão na lista.
Em um trecho do depoimento que deu à polícia, o empresário Rômulo Lessa, dono de uma empresa de ônibus e, segundo as investigações, um dos articuladores do esquema de vacinação, afirma que Cláudia cobrava R$ 600 pelas supostas vacinas, e que ela parou de responder às mensagens depois da primeira aplicação.
Falsa vacina Na casa de Cláudia, foram encontradas substâncias que, posteriormente, a perícia concluiu se tratar de soro fisiológico.
A polícia acredita que, além de falsa enfermeira, ela também aplicava uma falsa vacina, uma substância sem nenhum efeito contra o coronavírus. (Metrópoles)