Em um intervalo de cerca de 24 horas, cinco pessoas foram mortas em supostos confrontos com a Polícia Militar (PM) no litoral paulista. A Secretaria da Segurança Pública (SSP), do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), diz que todos os casos estão em investigação.
Na madrugada de quarta-feira (7), um adolescente de 14 anos e dois homens teriam entrado em confronto na Rodovia dos Imigrantes, em Cubatão, durante abordagem da PM Rodoviária.
Um dos indivíduos teria atirado contra os policiais e atingido o colete à prova de balas de um agente, segundo a SSP. Os PMs teriam revidado e atingido o adolescente, que não resistiu aos ferimentos.
A pasta diz que essa ocorrência não estaria relacionada à “extensão da Operação Verão”, que foi deflagrada após a morte de agentes de segurança pública na Baixada Santista.
Mortos pela PM
À noite, policiais realizaram uma abordagem em um imóvel na Avenida Osvaldo Toschio, em São Vicente. Em momentos diferentes, dois homens teriam “apontado uma arma” para os policiais, que atiraram e os balearam no local.
Um homem de 20 anos morreu. Outro, de 24, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. “As armas dos suspeitos e dos policiais foram apreendidas. No imóvel também foi apreendido um fuzil calibre .556”, diz a pasta.
Também à noite, um homem de 19 anos e um adolescente de 15 foram mortos em um suposto confronto com a PM, no bairro Belas Artes, em Itanhaém. Com eles, os agentes afirmam ter encontrado uma pistola e um rádio transmissor.
“Os policiais militares checavam a denúncia de tráfico de drogas na região, quando foram recebidos com tiros por cinco criminosos. Na troca de tiros dois suspeitos foram atingidos, os outros fugiram, afirma a SSP.
Já o último caso aconteceu na madrugada de quinta-feira (8). Um homem, ainda não identificado, teria atirado contra os PMs, na Avenida Ferroviária, em Cubatão, e acabou baleado.
“A arma usada foi apreendida, bem como as armas dos policiais. Foram encontradas também porções de entorpecentes no edifício de onde ele estava”, diz a pasta.
Violência
O litoral paulista vive uma escalada da violência que fez o secretário Guilherme Derrite transferir o seu gabinete para a cidade de Santos. Em menos de duas semanas, a Baixada já registrou três mortes de policiais – o que também fez o governo anunciar o aumento do policiamento e de ações na região.
Para atuar na operação, tropas de outras cidades têm sido deslocadas para o litoral. Conforme mostrou o Metrópoles, uma ordem de serviço também determinou que todo o efetivo fique de sobreaviso.
Os anúncios foram feitos após a confirmação da morte do cabo José Silveira dos Santos, assassinado na manhã dessa quarta-feira (7), na região do Morro de Tetéu, em Santos.
No dia 2 de fevereiro, o soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo foi baleado no rosto durante uma operação em uma favela de Santos. A cena foi filmada pela câmera corporal do agente.
O policial da Rota foi morto quando buscava suspeitos pela morte de outro agente, Marcelo Augusto da Silva, assassinado em 26 de janeiro. Silva atuava na Operação Verão quando foi baleado.