Nesta sexta-feira (7) celebra-se o Dia do Oftalmologista, data que foi instituída no fim da década de 1980 pelo então ministro da Saúde, Seijo Tsuzuki, e foi escolhida com base na fundação da Sociedade de Oftalmologia de São Paulo, que foi inaugurada em 7 de maio de 1930.
Considerada a primeira das especialidades médicas, a Oftalmologia hoje está dividida em muitas sub-especialidades, que ao longo dos anos, tem evoluído positivamente.
De acordo com dados do último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45,6 milhões de pessoas possuem alguma deficiência visual no país, sendo seis milhões de pessoas que possuem deficiência visual importante. O restante possui cegueira ou deficiência reversível. Cerca de 60% dos casos de cegueira podem ser evitados, desde que a prevenção seja feita como prática regular.
O oftalmologista é o médico responsável pelo estudo, diagnóstico e o tratamento da saúde da visão das pessoas.
Natural de Apucarana, no Paraná, Rafael Cardoso atua como oftalmologista há 23 anos, tendo como especialidades em retina e vítreo. É graduado em medicina e possui residência em oftalmologia pela Universidade Estadual de Londrina (PR), bolsa de estudo de retina médica pela Bascom Palmer Eye Institute, dos Estados Unidos da América, bolsa de estudo de retina e doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), unidade Ribeirão Preto. Atualmente é responsável pelo setor de Retinopatia da Prematuridade do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho.
Rafael explica a importância de ir ao oftalmologista e a realização do exame de vista. “As pessoas têm uma certa resistência de procurar um oftalmologista para fazer uma consulta de vista. Porém, é importante procurar um profissional, principalmente, para prevenir as principais causas de cegueira, independente de faixa etária”.
O exame de vista tem como proposta “diagnosticar os principais problemas de saúde ocular e tratá-los a tempo, pois irá definir se o tratamento terá sucesso ou se terá uma baixa visão, até mesmo uma perda visual”.
Sobre quando o paciente deve procurar um profissional para consulta, o oftalmologista afirma que “o correto é um bebê ser examinado ao nascer, ocasião no qual podem ser detectados vários problemas de saúde, principalmente em prematuros, que tem a Retinopatia da Prematuridade, Toxoplasmose, Sífilis, HIV, pois todas elas afetam a visão. Se estiver tudo bem com ela, sugiro um exame anual por toda a vida. Por exemplo, se desenvolver uma Toxoplasmose, a criança não tem habilidade para se queixar”.
Ainda, Rafael explica que “com no máximo dois anos de idade, a criança deve ser levada para fazer um teste, para detectar a necessidade do uso de óculos ou para diagnosticar um possível grau elevado em um dos olhos. A criança não tem sintomas de perda de visão em casa, nem os pais conseguem perceber. Fazendo o exame oftalmológico, será possível perceber possíveis problemas de grau, lesões no nervo, na retina, ou catarata congênita.
O médico ressalta que a maioria das doenças oftalmológicas são silenciosas, como o glaucoma e a diabetes. “No decorrer da idade, a pessoa pode adquirir um tipo de doença”.
O oftalmologista afirma que “atualmente em todo o mundo, são 596 milhões de pessoas que possuem algum problema visual. Destas, 43 milhões são cegas totalmente e cerca de 90% das perdas de visão, são de pacientes que moram em países subdesenvolvidos, não tendo acesso a oftalmologistas. São doenças como miopia, astigmatismo, hipermetropia, glaucoma e a regeneração macular relacionada com a idade, pois a população do planeta está cada vez mais idosa e perdendo a qualidade de vida. Em pacientes produtivos, a principal causa de perda de visão é a retinopatia diabética, que é muito grave”.
Rafael pontua, que há métodos para a reversão das doenças na visão. “Nós tratamos essas doenças maculares como diabetes, por meio de injeções de medicamentos no olho, tendo revertido bastante em melhoras visuais. Em alguns casos, como tecidos fibróticos, descolamento de retina, se faz necessária a realização de cirurgia”.
“Outras causas importantes na infância, que é o nosso trabalho no Hospital de Base, é a Retinopatia da Prematuridade. Crianças que nascem com o peso abaixo de 1,5 kg, precisam ser vistas com 30 e 40 dias no máximo, por conta da não formação dos vasos no fundo dos olhos, além das doenças infecciosas”, explicou o especialista.
Sobre a atuação do oftalmologista na sociedade, Rafael diz que “a sociedade precisa entender que para buscar um profissional, precisa verificar se realmente é especialista na área e se possui registros oficiais. Além disso, os profissionais locais devem ser mais valorizados, pois todos os dias, estamos atendendo para trazer melhores resultados para a saúde das pessoas”, finaliza. Fonte ASCOM