Jovem de 24 anos foi libertada, nessa sexta-feira (20), após quase 10 anos mantida em cárcere privado pelo tio em Jucuruçu (BA). Durante o período em que viveu sob o poder de suspeito, ela foi submetida a diversas violências.
A vítima desapareceu em 2015 e foi encontrada em cativeiro após operação da Polícia Civil do Espírito Santo em uma área de difícil acesso. Ela conseguiu contato com a família por meio de uma rede social, onde pediu por socorro. As informações são do G1.
De acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público do Espírito Santo, ela solicitou o resgate através de um celular que ganhou há 8 meses do suspeito, de 43 anos.
No local a polícia apreendeu três armas de fogo de fabricação caseira, incluindo uma de calibre 12 e um revólver calibre 38, sem autorização legal. Foram encontrados também documentos falsos e munições.
Violências relatadas
A jovem conta que teria começado a ser coagida em 2014, época em que sofreu o primeiro abuso sexual pelo suspeito, aos 14 anos quando ele descobriu que ela mantinha “paqueras” na escola.
Aos 15 anos, ela foi sequestrada em Rio Bananal, norte do Espírito Santo (ES), e levada para Teixeira de Freitas, na Bahia. Ela teria deixado uma carta para os familiares.
Ao chegar à Bahia, foi deixada trancada em casa sob ameaça do suspeito. Ele dizia que a mataria e também toda a família, caso tentasse fugir. A partir daí, só saia de casa acompanhada dele, era vigiada, proibida de ir à escola, viajava apenas de carro, sofria agressões físicas constantemente e era obrigada a trabalhar na roça por R$ 100.
A vítima era abusada sexualmente e chegou a engravidar do tio, mas a criança morreu após 21 dias de nascida. Ela já foi levada para outras cidades ao longo desses 10 anos, como Vitória e depois Jucuruçu, onde chegou aos 18 anos.
O resgate só foi possível após ela ter pela primeira vez acesso ao aparelho telefônico que ganhou há 8 meses. Ela pediu socorro em uma rede social.
Suspeito desaparecido
Durante a operação policial, o suspeito escapou para a mata e conseguiu fugir. As buscas continuam e a polícia pede que qualquer informação sobre o paradeiro seja comunicada pelo Disque Denúncia 181, com garantia de sigilo.
“O criminoso conhecia muito bem a área e, apesar de ser perseguido pelos policiais por um longo período, conseguiu evadir. Continuamos as buscas para capturá-lo”, explicou Fabrício Lucindo, delegado da 16ª Delegacia Regional de Linhares, no Espírito Santo.