12/10/2024 às 00h16min - Atualizada em 12/10/2024 às 00h16min

Alexandre de Moraes vota para absolver morador de rua preso pelo 8 de janeiro

Gazeta Rondônia

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes votou para absolver um morador de rua de 23 anos que está preso e responde na Justiça pelos atos de vandalismo que aconteceram contra os prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Segundo o ministro, não ficou comprovado que o homem teve a intenção de participar do episódio. Nesta sexta-feira (11), o STF começou a julgar em plenário virtual se condena ou livra o morador de rua pelo episódio. Os ministros analisam o caso até 18 de outubro.

O morador de rua se chama Vitor Manoel de Jesus. Em depoimentos à polícia e à Justiça, ele disse que morava em São Paulo e que viajou a Brasília antes do 8 de janeiro após ser convidado por uma mulher.


Segundo ele, com a oferta de ônibus para Brasília, resolveu conhecer a capital do país e “tentar uma vida melhor”. O homem afirmou, também, que ao chegar em Brasília, instalou-se no QG do Exército “apenas para comer e se abrigar, não tendo intenção política”.

Vitor Manoel afirmou que não sabe o que é golpe de Estado ou o que significa depor o governo e que não depredou ou danificou nenhum prédio ou bem público. No dia dos atos de vandalismo, ele disse ter entrado no Senado acompanhando a multidão e que apenas ficou em oração.

No voto, Moraes afirmou que a “autoria delitiva [de Vitor Manoel] não foi suficientemente comprovada”. Desse modo, segundo o ministro, deve prevalecer a presunção de inocência do homem.

 
“Não há provas de que o denunciado tenha integrado a associação criminosa, contribuindo para a execução ou incitação dos crimes e arregimentação de pessoas, mais ainda por sua condição de extrema vulnerabilidade e ausência de discernimento por sequer saber o que seria “golpe de Estado” ou “deposição do Governo”, conforme relatou em seu interrogatório em juízo”, disse Moraes.

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A PGR, contudo, pediu a condenação do jovem, alegando haver materialidade e autoria clara do crime. Além disso, alegou que o “propósito criminoso era plenamente difundido e conhecido”.

Por outro lado, a DPU (Defensoria Pública da União), que defendeu Vitor Manoel, argumentou que as provas citadas no relatório se referiam a quem organizou o movimento, não a quem estava no lugar. Além disso, que a coleta de material genético nos Três Poderes não comprovou a participação do morador de rua.

‘Fiquei lá orando’, disse o jovem, sobre presença no Congresso.

Em depoimento, Vitor disse que, ao chegar a Brasília, continuou no acampamento para “comer e tentar arranjar um albergue”. Depois, ele tentaria conseguir um emprego. “Em São Paulo, estava difícil a situação. Diante da situação que eu estava, qualquer lugar está bom”, relatou.

Em 8 de janeiro do ano passado, ele disse que seguiu os manifestantes, de forma espontânea, até a Praça dos Três Poderes. Ao chegar ao Congresso, conforme o jovem, tudo estava “destruído”, e ele ficou “orando”.

Vitor ainda negou ter simpatia política pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. “Não tenho ideia de nenhuma política. No orfanato onde eu estava (na juventude) nem falava de política”, explicou.

Ele viveu em um orfanato, em São Paulo, d
epois de ser abandonado pela mãe, em virtude da falta de condições financeiras da família.
 
Fonte: R7.
 


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