Neta é acusada de desviar R$ 200 mil da aposentadoria do avô e põe culpa no Lula

Gazeta Rondônia
26/05/2025 22h15 - Atualizado há 2 dias

Uma mulher de 35 anos é investigada em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, por suspeita de desviar cerca de R$ 200 mil das contas bancárias do próprio avô, um idoso de 87 anos. O caso, que veio à tona após a descoberta de irregularidades no pagamento do IPVA do veículo do idoso, expõe uma trama de manipulação e abuso de confiança que se estendeu por anos, segundo a Polícia Civil.

De acordo com o delegado Gabriel Munhoz, responsável pelo inquérito, a neta, que não teve o nome divulgado, era encarregada de gerenciar as finanças do avô. Aproveitando-se dessa posição, ela teria desviado valores da aposentadoria mensal do idoso e de um precatório – dívida paga após processo judicial. “A suspeita entregava apenas uma parte do valor da aposentadoria ao avô, alegando que o restante estava guardado. Quando questionada sobre o décimo terceiro salário, chegou a dizer que ‘o Lula tinha cortado’, demonstrando dolo e desprezo pela vítima”, afirmou Munhoz.

As investigações apontam que a mulher, que não possui ocupação formal e usava o dinheiro desviado para se sustentar, realizou saques, empréstimos e até abriu contas bancárias no nome do avô sem sua autorização. Um dos métodos mais audaciosos foi a criação de uma personagem fictícia chamada “Jessica”, que se apresentava como funcionária da Caixa Econômica Federal. Por meio de ligações, a suposta funcionária enganava o idoso, informando sobre falsos bloqueios na conta ou valores a serem retirados, facilitando os desvios.

Detalhes dos desvios

Os valores desviados incluem cerca de R$ 72 mil da aposentadoria do idoso, acumulados ao longo de anos, e aproximadamente R$ 109 mil de um precatório no valor total de R$ 123,8 mil. Segundo o delegado, apenas R$ 14 mil do precatório foram repassados ao avô, enquanto a neta justificava que o restante estava “investido” ou “bloqueado”. “Ela transferia os valores para sua própria conta, mantendo o idoso na crença de que o dinheiro estava seguro”, detalhou Munhoz.

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O esquema só foi descoberto quando o filho do idoso percebeu que o IPVA do carro do pai estava atrasado havia três anos, apesar de o idoso ter fornecido o dinheiro para o pagamento. A desconfiança levou a família a investigar as finanças do idoso, revelando o rombo causado pela neta.

Consequências legais

A suspeita foi indiciada por estelionato, com agravante por ser crime cometido contra idoso e de forma continuada, já que os desvios ocorreram ao longo de vários anos. No Código Penal, a pena para esse tipo de crime pode chegar a 10 anos de prisão. Apesar das acusações, a mulher negou os atos em depoimento e responderá ao processo em liberdade.

O caso tem gerado indignação pela quebra de confiança em uma relação familiar. “Ela se aproveitava da confiança do avô e da família, oferecendo-se para ajudar com a aposentadoria. É uma situação que reflete a vulnerabilidade de idosos em contextos de dependência financeira”, afirmou o delegado.

Um alerta para a sociedade

O caso serve como um alerta para a proteção financeira de idosos, que muitas vezes delegam a administração de seus recursos a familiares ou terceiros. A história reforça a importância de acompanhar de perto movimentações bancárias e manter transparência nas relações de cuidado com pessoas vulneráveis.

Fonte: Painel Político.


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