Homem é preso após agredir bebê de quatro meses confundindo a criança com boneco reborn

Gazeta Rondônia
06/06/2025 23h31 - Atualizado há 17 horas

Na noite de quinta-feira (5) um homem de 36 anos, identificado como Filipe Martins Cruz, foi preso em flagrante na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte (MG), após agredir uma bebê de apenas quatro meses com um tapa na cabeça.

O suspeito alegou ter confundido a criança com um bebê reborn — bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos — e justificou sua ação dizendo que acreditava que os pais da criança estavam usando o suposto boneco para obter prioridade na fila de um trailer de lanches. O caso chocou testemunhas e gerou ampla repercussão em redes sociais e na imprensa, levantando discussões sobre violência, comportamento social e os limites da percepção em espaços públicos.

De acordo com o relato da mãe da criança, de 25 anos, registrado pela Polícia Militar, o suspeito, que era desconhecido da família, aproximou-se enquanto o casal aguardava atendimento no trailer de lanches, por volta das 23h45. Inicialmente, ele interagiu de forma aparentemente amigável, brincando com a bebê que estava no colo da mãe. No entanto, o comportamento do homem mudou ao insistir que a criança era um bebê reborn, mesmo após os pais, incluindo o pai de 26 anos, negarem categoricamente. "É um bebê reborn, é um bebê reborn", gritava o suspeito, segundo uma testemunha que passava pelo local e presenciou a cena.

Essa testemunha relatou ainda que o homem parecia estar embriagado e que, após proferir ofensas ao pai da criança, desferiu um tapa que provocou um forte inchaço na região atrás da orelha da bebê.

A agressão gerou revolta imediata entre as pessoas presentes. Testemunhas contiveram o suspeito, que foi imobilizado até a chegada de uma viatura da Polícia Militar que patrulhava a região. "É um absurdo. Surreal o mundo que estamos vivendo", afirmou outra testemunha à imprensa, destacando a violência do ato e o impacto emocional da cena.

A bebê foi levada ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde passou por atendimento pediátrico. Segundo a equipe médica, a criança não corre risco de vida, mas os profissionais alertaram para a gravidade do golpe, que poderia ter causado lesões sérias na região cervical devido à fragilidade da estrutura óssea de um bebê de quatro meses. O suspeito, que sofreu escoriações leves durante a contenção por populares, foi atendido na UPA Centro-Sul antes de ser encaminhado à Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, Criança e Adolescente, no bairro Barro Preto.

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À Polícia Militar, Filipe Martins Cruz confessou a agressão, mas justificou seu ato alegando que acreditava que a mãe da criança usava um bebê reborn para "furar a fila" do trailer, o que o teria irritado. Ele admitiu ter consumido bebidas alcoólicas, mas os policiais relataram que ele apresentava "sobriedade em suas ações" durante a abordagem, sugerindo que estava consciente de seus atos.

Há divergências nos relatos sobre o uso de medicamentos controlados: enquanto algumas fontes indicam que o suspeito mencionou fazer uso de tais substâncias, outras, como o portal UOL, afirmam que ele negou o uso de medicamentos, mantendo apenas a menção ao consumo de álcool.

O caso rapidamente ganhou destaque em redes sociais, com posts no X expressando indignação e surpresa. Um usuário, identificado como @lolaferreira, destacou a importância de "ter discernimento ao levar surto de internet pra vida real", sugerindo que a obsessão por narrativas ou desconfianças infundadas pode ter contribuído para o comportamento do agressor.

Outro post, do perfil @carololivapsi, classificou o episódio como "inaceitável", enfatizando a gravidade de uma criança tão pequena ser vítima de violência. Jornais como O Tempo, G1 e CNN Brasil cobriram o incidente, reforçando a narrativa de um ato isolado, mas que reflete questões mais amplas sobre convivência e segurança em espaços públicos.

A Polícia Civil de Minas Gerais assumiu a investigação, e o suspeito permanece à disposição da Justiça. Até o momento, não há informações atualizadas sobre a manutenção de sua prisão ou o estado de saúde da bebê após sua alta, confirmada na manhã de 6 de junho, segundo o portal R7. A ocorrência reacende o debate sobre a proteção de crianças em ambientes públicos e a necessidade de maior conscientização sobre os impactos de comportamentos impulsivos ou influenciados por equívocos, como a confusão com bonecos reborn, que têm se tornado mais comuns no Brasil para fins terapêuticos ou colecionáveis.

O caso também levanta questões sobre a influência do consumo de álcool em atos de violência e a importância de intervenções rápidas de testemunhas e forças de segurança. A reação imediata dos populares e a presença de uma viatura próxima foram cruciais para a contenção do agressor e o atendimento à vítima. A Polícia Militar e o Hospital João XXIII foram elogiados nas redes sociais pela agilidade no atendimento, mas o episódio deixa um alerta sobre os desafios de garantir segurança em áreas movimentadas como a Savassi, conhecida por sua vida noturna e grande circulação de pessoas.

Fonte: Painel Painel.


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