Esposa de servidor do Tribunal de Justiça que está foragido movimentou R$ 1,8 milhão em 1 ano

Gazeta Rondônia
04/08/2025 23h24 - Atualizado há 2 dias

A esposa do servidor do Tribunal de Justiça Mauro Ferreira Filho, suspeito de participar de um esquema que pode ter dado um prejuízo de R$ 21 milhões ao Judiciário, movimentou em sua conta bancária R$ 1.799.250,00 entre outubro de 2021 e setembro de 2022.

A informação sobre as movimentações de Marcia Ferreira Costa consta na decisão do juiz das garantias Moacir Tortato, que autorizou a Operação Sepulcro Caiado, da Polícia Civil, na quarta-feira (30).

A ação investigou um esquema de ajuizamentos de execuções de dívidas inexistentes no Judiciário de Mato Grosso.

Marcia faleceu em maio de 2023, mas teve bens – ainda em seu nome - sequestrados e o sigilo telemático de suas contas quebrado para fins de instrução do processo que investiga desvio de valores judiciais.

“Embora a morte gere a extinção de sua punibilidade, os dados telemáticos vinculados às suas contas permanecem relevantes para a instrução do feito”, disse o juiz ao justificar as medidas.

Ao citar a movimentação dos quase R$ 1,8 milhão, o juiz aponta que Marcia recebeu R$ 342.972,42 da empresa RV Empresa de Cobrança Ltda. e outros R$ 10 mil transferidos para o empresário João Gustavo Ricci Volpato, investigado e preso na operação. Ele é apontado como figura central do suposto esquema. 

Além disso, repassou R$ 18.075 ao seu marido, Mauro Ferreira Filho.

“O que evidencia sua inserção no circuito financeiro da fraude e o seu papel de interposta no esquema de lavagem e dissimulação de ativos”, escreveu o juiz.

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A RV tem como donos o empresário João Gustavo, a mãe Luiza Rios Ricci Volpato e o espólio do pai, falecido em 2012, Luiz Volpato Neto.

Mauro é o único dos 11 alvos de mandados de prisão que ainda não foi encontrado. Ele é considerado foragido da Justiça.

Alvos

A Operação Sepulcro Caiado investiga um grupo que teria atuado por anos manipulando registros da conta de depósitos judiciais, com o objetivo de viabilizar saques indevidos, transferências simuladas e fraudes documentais, causando prejuízos aos cofres públicos e às partes envolvidas em processos judiciais.

Segundo a Polícia, há anos o grupo realiza “práticas delituosas” como o ajuizamento de ações de execução baseadas em documentos falsos.

Para isso faziam inserção de procurações falsas, mediante as quais se conferiam poderes a advogados não contratados pelas vítimas; apresentação de comprovantes de pagamento forjados com o objetivo de induzir o juízo em erro; confecção, por servidores vinculados ao Tribunal de Justiça, de planilhas simulando depósitos realizados na Conta Única; obtenção indevida de alvarás judiciais sem lastro financeiro verdadeiro, permitindo o levantamento de valores em prejuízo ao erário.

Tiveram mandados de prisão expedidos: Wagner Vasconcelos de Moraes, Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes, Rodrigo Moreira Marinho, Themis Lessa da Silva, Miguel da Costa Neto, Régis Poderoso de Souza e Denise Alonso; o servidor Mauro Ferreira Filho; e os empresários Luiza Rios Ricci Volpato e Augusto Frederico Ricci Volpato.

Fonte: MídiaNews.


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