Ex-deputado brasileiro é preso por fraude e cumprirá sentença de 7 anos nos Estados Unidos

Gazeta Rondônia
27/07/2025 09h27 - Atualizado há 3 dias

O ex-deputado republicano George Santos se apresentou a uma prisão federal em Nova Jersey, nos EUA, nesta sexta-feira (25) para começar a cumprir uma sentença de sete anos pelas acusações de fraude que levaram à sua expulsão do Congresso americano.

O Departamento Federal de Prisões confirmou que o republicano de Nova York estava sob custódia na Instituição Correcional Federal de Fairton, no sul de Nova Jersey.

Filho de imigrantes brasileiros que se alçou à política nos Estados Unidos, Santos se declarou culpado pelos crimes de fraude eletrônica e roubo de identidade qualificado.

Ele foi condenado em abril deste ano por ter enganado doadores e se apropriado da identidade de uma dezena de indivíduos, incluindo membros de sua própria família, para financiar sua campanha.

Como foi revelado ao longo das investigações, o republicano usou os recursos eleitorais para benefício próprio, com cassinos, tratamentos de beleza e itens de luxo.

Justiça entendeu que não houve arrependimento

A Justiça federal se recusou a conceder a Santos uma sentença mais branda de dois anos, por entender que ele não demonstrou remorso genuíno por seus crimes.

Nas semanas que antecederam sua sentença, o ex-deputado afirmou estar "profundamente arrependido" por seus crimes, mas se disse vítima de uma "caça às bruxas" e de excessos por parte da promotoria. Ele acabou selando um acordo judicial no qual aceitou pagar em torno de 580 mil dólares (R$ 3,2 milhões) em multas e cumprir a pena de prisão

Mentiras no currículo e fraude na campanha

Santos se elegeu à Câmara dos Representantes em 2022 pelo Partido Republicano com um currículo inventado, ocupando uma cadeira historicamente dominada por candidatos democratas.

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Durante a campanha, se apresentou como um empresário de sucesso que havia trabalhado em firmas de prestígio de Wall Street e estudado em universidades de elite.

As acusações que indicaram falsidades em seu currículo e uso irregular dos recursos de campanha surgiram logo após a eleição. Parte das denúncias foram publicadas pelo jornal The New York Times.

Santos mentiu que era neto de sobreviventes do Holocausto, que a mãe escapou da morte durante os ataques às Torres Gêmeas em Nova York e que era judeu.

O ex-político tampouco trabalhou nos bancos Goldman Sachs ou Citigroup ou estudou na Universidade de Nova York (NYU) e no Baruch College, como alegava.

Cassação histórica

Santos passou a ser pressionado para renunciar o cargo antes mesmo de assumir, o que rejeitou por afirmar que não era um criminoso.

Mas uma investigação do Comitê de Ética da Câmara acusou o filho de brasileiros de fraude contábil, lavagem de dinheiro, estelionato contra doadores e desvio de dinheiro de campanha para pagamento de gastos pessoais, como injeções de botox, sites eróticos, viagens e compras em lojas de grife.

Em dezembro de 2023 foi cassado com votos favoráveis de membros de seu próprio partido. Ele foi apenas o sexto membro da Câmara a perder o mandato por expulsão em mais de 200 anos de história do Congresso americano.

Desde então, Santos apresentava um podcast chamado "Pants on Fire with George Santos" e vendia mensagens de vídeo personalizadas.

Fonte: MSN.


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