Donald John Trump tem CPF no Brasil e não tem dívidas registradas na Serasa

Pelo menos 36 empresas consultaram nesta quinta-feira (21), para saber se havia dívidas vinculadas ao presidente americano

Gazeta Rondônia
22/08/2025 18h09 - Atualizado há 13 horas

Donald John Trump, nascido em 14 de junho de 1946, tem um Cadastro de Pessoa Física (CPF) em situação regular, segundo dados da Receita Federal, a Serasa e o SPC. 

Tanto o nome quanto a data de nascimento do presidente americano são os mesmos dos registrados no CPF. A Casa Branca não retornou os contatos da reportagem.

Pelo menos 36 empresas consultaram o CPF de Trump nesta quinta-feira (21), após uma postagem nas redes sociais afirmar que ele tinha registro de dívidas negativadas na empresa de cadastro de crédito. A informação não é verdadeira, e o nome de Trump está limpo no Brasil de acordo com a Serasa e o SPC.

Algumas das empresas que consultaram o CPF do americano na Serasa são a Porto Seguro, o banco Bradesco Financiamentos, o banco Santander, as lojas Renner, a Allianz Seguros e o banco Votorantim.

Embora não tenha dívidas registradas no Brasil, nos EUA as empresas do presidente americano acumulam um total de débitos de cerca de US$ 1,8 bilhões (R$ 9,8 bilhões) com cerca de 150 instituições diferentes, de acordo com um estudo feito pelo Wall Street Journal.

O registro do CPF de Trump no Brasil foi feito em 2014, dois anos depois do anúncio de que um complexo de cinco edifícios com a marca de Trump, o Trump Towers Rio, seria lançado no Brasil a tempo da Olimpíada de 2016. Havia também a previsão de inauguração do Trump Rio de Janeiro Hotel, que, além de ter a marca do empresário, seria administrado pela Trump Organization. 

Mas Trump desembarcou do hotel, que acabou sendo vendido para uma rede e mudando de nome. E o empreendimento das Trump Towers não deu certo, a construção nem começou. Em dezembro de 2016, às vésperas de assumir a presidência, Trump abandonou totalmente o projeto.

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À época, Paulo Figueiredo — denunciado pela PGR por tentativa de golpe e considerado por Trump um dos perseguidos por Alexandre de Moraes — era sócio do americano no hotel. Neto do ex-presidente da ditadura João Baptista Figueiredo (1979-85), Paulo Figueiredo foi diretor-executivo do Trump Rio de Janeiro Hotel. O projeto chegou a entrar na mira de investigações da Polícia Federal pelo financiamento via fundos de pensão.

Hoje, Figueiredo atua junto com o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, em articulação com o governo Trump, em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em julho deste ano, Trump passou a defender Bolsonaro publicamente e a acusar a Justiça e o governo brasileiro de promoverem uma ‘caça às bruxas’.

Em 9 de julho, numa escalada das tensões, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. No fim do mês, o governo americano incluiu o ministro Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky. Ele é acusado de usar sua posição para autorizar detenções arbitrárias antes de julgamentos e de reprimir a liberdade de expressão. Moraes é relator da ação em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado em 2022.

CPF para estrangeiros

Não são todos os estrangeiros que visitam ou moram no país que precisam ter CPF, segundo o Ministério da Fazenda.

O documento só obrigatório para quem, por algum motivo, precisa ter cadastro na Receita Federal. Isso inclui qualquer pessoa que queira ser proprietária de imóveis, carros, embarcações, aviões e helicópteros; e quem quer tem conta corrente ou aplicações em mercado financeiro e em mercado de capitais. 

No entanto, qualquer pessoa, mesmo que estrangeira e não residente no Brasil, pode pedir a inscrição no CPF.

Embora o CPF tenha se tornado o principal número de documento usado pelos brasileiros, seu propósito original é cadastrar a pessoa na Receita Federal. 

Fonte: Jota.


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