Ato bolsonarista em São Paulo tem bandeira gigante dos Estados Unidos e ataques a Alexandre de Moraes

Gazeta Rondônia
07/09/2025 23h15 - Atualizado há 10 horas

A bandeira dos Estados Unidos tornou-se uma das protagonistas do ato bolsonarista na Avenida Paulista, neste domingo (7), dia em que é celebrada a Independência do Brasil. Os manifestantes, a maioria com camisas de cor amarela, estenderam uma enorme bandeira do país governado por Donald Trump. 

Os bolsonaristas também levaram cartazes em inglês com mensagens como Bolsonaro Free (Bolsonaro livre, em tradução), SOS Trump, Help me (Me ajude), Freedom (Liberdade), Amnesty now (Anistia agora).

O destaque para símbolos dos Estados Unidos teve início após a eleição do presidente Donald Trump, em outubro de 2025. Recentemente, o republicano levantou uma tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros. Entre as motivações, Trump destacou uma suposta “perseguição” política contra Jair Bolsonaro. 

Pedido por anistia e ataques ao STF

Repetindo os atos de 7 de setembro dos últimos anos, os bolsonaristas se reuniram em várias capitais brasileiras para demonstrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A maior manifestação foi o da Avenida Paulista, que reuniu 42,2 mil pessoas, de acordo com estudo feito pela Universidade de São Paulo (USP). 

O ato teve como lema principal o pedido por anistia para os presos pelos atos golpistas de janeiro de 2023. Em discursos, aliados do ex-presidente reforçaram que a anistia deve ser “ampla” e incluir Bolsonaro e os demais julgados por tentativa de golpe de Estado. 

A manifestação contou com a participação do pastor Silas Malafaia, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e dos governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), e Jorginho Mello (Santa Catarina).

Discurso duro contra o STF

Um dos discursos de maior destaque foi o de Tarcísio de Freitas, que advogou em defesa de Bolsonaro e assumiu uma posição mais dura contra o ministro Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal (STF). 

"Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse país", disse Tarcísio. 

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O ato ficou marcado pela ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar desde o começo de agosto.

"Não existe independência sem liberdade. Essa festa não está completa porque Jair Bolsonaro não está aqui conosco. Liberdade, democracia representativa, estado de direita. Por que às vezes somos tímidos para defender? Não sejamos tímidos. Só existe um candidato para nós: Jair Bolsonaro. Aqueles que gritam 'sem anistia', foram os beneficiados pela anistia no passado", disse o governador de SP. 

"O que está em jogo é muito maior do que a divergência política. Nós precisamos virar essa página, olhar para frente e pacificar o país. A anistia é um passo nesse sentido", declarou Tarcísio.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também discursou e chorou ao falar sobre a prisão domiciliar do marido. “Não estão sendo dias fáceis”, disse emocionada no trio elétrico. “Estou tendo que me desdobrar como mãe, como esposa, como presidente do PL”. Ela também declarou que sofre perseguição política e religiosa.

"Cuido da alimentação dele, oro. Trago a memória dele que ele é o maior líder da direita de uma nação", disse Michelle sobre o marido. “Eu vejo policiais na outra esquina vigiando os policiais que estão vigiando a minha casa”, afirma.  “Eu vejo a minha casa sendo violada. A minha filha de 14 anos tendo que ir pra escola e, todos os dias, ter que abrir o carro para a polícia verificar se tem alguém dentro. Todos os dias quando eu saio tem que revistar o meu carro”.

No dia 30 de agosto, Moraes determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal intensificasse a vigilância no condomínio onde Bolsonaro mora. Veículos que deixam a residência do ex-presidente são revistados e a área externa da casa é monitorada por risco de fuga. 

“Um homem com 70 anos, com sequelas de uma facada e que recentemente passou por uma cirurgia de 12 horas. Como que um homem desses vai pular o muro?”, disse Michelle, que também cobrou respostas pelo atentado à faca sofrido por Bolsonaro em 2018. Um inquérito da Polícia Federal, concluído em 2020, apontou Adélio Bispo como o único autor do ataque.

Um dos principais aliados de Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia fez um discurso com foco em ataques ao ministro Alexandre de Moraes. “Em 2018, o plenário do STF considerou Lula responsável pela roubalheira e não deu habeas corpus. Em 2021, o mesmo plenário cancelou as condenações impostas por Sérgio Moro. Agora, Bolsonaro está sendo julgado por uma turma, com três suspeitos: Alexandre de Moraes, Zanin e Flávio Dino. Sabe pra quê? Pra acelerar o processo e prender Bolsonaro. Isso é um circo, isso não é julgamento. Bolsonaro já foi julgado. É um teatro”, disse o pastor.

Fonte: Correio Braziliense.

 


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