Em Rondônia, PMs são condenados e perdem cargos e por invasão de terras

Gazeta Rondônia
26/09/2025 23h44 - Atualizado há 10 horas

Dois policiais militares e outras sete pessoas foram condenados por crimes cometidos na Estação Ecológica Samuel, em Candeias do Jamari (RO). A identidade deles não foi divulgada. Os policiais receberam pena de prisão e perderam o cargo por vender armas ilegalmente e participar da organização criminosa. As penas dos réus variam de 6 anos e 6 meses a 14 anos e 7 meses de prisão, além de multas.

As condenações são resultado da Operação Canaã, feita pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO). A ação teve como base investigações iniciadas em 2021 pela Polícia Civil, por meio da 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco 2).

Segundo as investigações, o grupo invadia e loteava ilegalmente terras públicas, vendendo áreas de forma clandestina. O dinheiro arrecadado servia para comprar armas e manter as invasões. Pessoas em situação de vulnerabilidade eram usadas para ocupar os lotes, enquanto financiadores com maior poder aquisitivo adquiriam áreas para investir ou lavar dinheiro.

Em junho de 2022, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 6 de busca e apreensão nas cidades de São Francisco do Guaporé (RO) e Porto Velho. As ordens judiciais foram feitas pela 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco2), através da 6ª fase da Operação Canaã, intitulada de “Samuel”.

Segundo investigação, as armas para essa quadrilha eram fornecidas por dois policiais militares. Ao todo, o grupo criminoso loteou 550 pedaços de terra dentro da unidade de conservação em Candeias do Jamari.

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Segundo a Draco, parte desses lotes, inclusive, já estava comercializada. As vendas deram cerca de R$ 5 milhões de rendimentos para a organização criminosa.

Os policiais também descobriram que os criminosos pretendiam invadir e comercializar lotes em outra unidade de conservação ambiental: a reserva extrativista Rio Preto Jacundá e Floresta Nacional do Jacundá.

Durante a operação, a polícia também descobriu que os suspeitos tinham a ajuda de um topógrafo para ajudar no loteamento de terras na Estação Ecológica de Samuel.

"O núcleo criminoso promovia a venda dos lotes, coordenava invasão e promovia a manutenção dos compradores no interior da unidade de conservação mediante um código de conduta interno, com um rigoroso controle de acesso por grupo armado", diz a Draco.

Ainda conforme a Polícia Civil, a quadrilha era subsidiada pelo fornecimento e comércio ilegal de armas através de dois policiais militares. Esses PMs, além de integrarem a organização criminosa, atuavam na segurança e no recebimento dos lucros.

Fonte: G1.


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