26/11/2021 às 09h26min - Atualizada em 26/11/2021 às 09h26min

Polícia investiga convites para suicídio coletivo em escolas

Gazeta Rondônia

A Polícia Civil do estado do Ceará abriu uma investigação sobre mensagens que circulavam nas redes sociais com convite para suicídio coletivo de alunos de escolas privadas de Fortaleza. As publicações começaram a ser compartilhadas em 17 de novembro deste ano.
 
Os suspeitos já foram identificados e as oitivas estão sendo realizadas, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.

 
Nas mensagens, eram divulgadas informações de data, hora e local onde seriam realizados os suicídios coletivos, segundo o Ministério Público do Estado do Ceará. Após isso, a Promotoria da Infância e da Juventude instaurou um processo para acompanhar e apurar as informações coletadas.
 
A Delegacia da Criança e do Adolescente definiu o episódio como “ato infracional análogo ao crime de indução ou instigação ao suicídio”.
 
No Código Penal brasileiro, em seu artigo 122, a pena de reclusão varia de 6 meses a 6 anos, podendo ser duplicada se a vítima for menor. O Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis e o Departamento de Inteligência Policial, da Polícia Civil, colheram depoimentos na última segunda-feira, 22.
 
De acordo com o promotor Hugo Porto, coordenador do Programa Vidas Preservadas, foram solicitadas, também, informações de como está o monitoramento das escolas em relação às mensagens que estavam sendo divulgadas.
 
“Existe uma preocupação sobre a mimetização, multiplicação ou disparo de gatilho”, diz o promotor. “A gente se colocou à disposição para construir estratégias para capacitar e qualificar agentes públicos e privados, para terem um olhar mais técnico sobre o comportamento e a comunicação de pessoas ou grupos, que permita reconhecer quem desperta atenção.”
 
Ainda segundo a Promotoria, após a denúncia da primeira mensagem, outras publicações foram compartilhadas com o órgão e denunciadas aos agentes de segurança, além do contato de outras escolas relatando o problema.
 
A falta de políticas de controle das redes sociais e o uso desregulado por crianças e adolescentes podem potencializar casos de suicídio e automutilação, na opinião do presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará, professor Airton de Almeida.
 
“A gente percebe a dificuldade dos pais em questionar ou vigiar os filhos, pois estão sempre ocupados com o trabalho. As crianças e adolescentes, que não estudam em tempo integral, passam o restante do dia nas redes sociais, recebendo todos os tipos de informações.”
 
Ainda segundo Almeida, séries de televisão, jogos online e ideologia de gênero também colaboram com o espectro do comportamento suicida.
 
“Sempre aparece uma coisa nova. Tem a série da batatinha frita 1, 2, 3 (“Round 6″), já teve o jogo da baleia-azul. Isso cria um martírio emocional nas nossas crianças”, afirma o professor.
 
A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta o suicídio como a segunda causa de morte mais recorrente entre adolescentes e jovens no mundo. Fonte: Painel Político – Imagem ilustrativa.


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