Coluna Opinião de Primeira: Depois de 20 boletins oficiais da Secretaria de Saúde do Estado, do dia 1º deste janeiro até a última quarta-feira, o número de casos de infectados pelo coronavírus em Rondônia e Porto Velho deram um salto, assim como o total de mortes causadas pela doença. Tínhamos, quando janeiro do novo ano começou, 1.822 óbitos registrados (são 2.056 mortes agora) e apenas 286 pacientes internados. Compreende-se, então, a
situação desesperadora da estrutura hospitalar do Estado, tanto públicos quanto privados, na medida em que o total de doentes ocupando os leitos comuns e de UTI, saltou para 525, quase 86 por cento a mais, em menos de três semanas. O número de mortes pela doença, chegou a nada menos que 234 vidas perdidas em apenas 20 dias, ou seja, uma terrível média de 11,7 óbitos a cada 24 horas, a maior desde que a Covid 19 começou a atacar os rondonienses. Deste total de óbitos até o 20 de janeiro (já passamos dos dois mil), nada menos do que 1.011 (ou seja, 49,11 por cento), são de vítimas apenas em Porto Velho. Enquanto o primeiro dia do ano marcava apenas 270 novos casos, o dia 20, no Boletim 306, dava um salto: 1.095 infectados em apenas 24 horas.
Os números são muito mais assustadores do que se poderia imaginar. Nesta quarta-feira, quando tínhamos nada menos do que 525 pessoas internadas, muitas delas na UTI, outras entubadas e correndo sério risco de morte, estavam superlotando os hospitais, exatamente num dia em que inacreditáveis 1.095 novos rondonienses tinham sido contaminados. Vários problemas levaram à situação tão desastrosa. A principal delas é a irresponsabilidade de muita gente, que ignora os riscos da doença e do grande perigo de transmiti-la para idosos, doentes e tantas outras pessoas dos grupos de risco que, se contaminadas, correm perigo real de serem internadas, entubadas e de morrerem. Outra questão é a divulgação entusiasmada em relação à vacinação em massa. Muita gente, desinformada, ignorante, sem qualquer base lógica, acha que o simples anúncio da chegada da vacina, resolveu tudo. O que se viu é que meia dúzia de brasileiros será vacinada nessa primeira etapa e todos os demais ficarão ainda longo tempo na fila de espera. Ou seja, não dá para diminuir os cuidados, o distanciamento, a máscara, o álcool gel. Até o meio dessa semana, já tínhamos quase 113 mil contaminados, mais de 17 mil ainda ativos. Estamos perto do caos. E a vacina para todos? Por enquanto, só resta esperar.
SEGUNDA DOSE TEM QUE SER APLICADA EM 14 DIAS Uma informação desencontrada, levou muita gente ao erro, inclusive o autor dessas mal traçadas linhas. Na questão em que o governo do Estado decidiu guardar metade das vacinas recebidas (ou seja, vai segurar perto de 25 mil aplicações) para a segunda dose, nos que estão sendo imunizados inicialmente, o prazo para a nova dosagem não é 21 dias, como foi divulgado aqui e em várias outras plataformas de comunicação. Na verdade, a segunda dosagem da Coranavac, a vacina recebida por Rondônia, tem que ser aplicada 14 dias depois da primeira. Quem foi vacinado na quarta-feira, por exemplo, dia 20, precisa necessariamente tomar a nova dose no próximo dia 3 de fevereiro. Reforça, com isso, a preocupação do governo, via Secretaria de Saúde, em não usar todas as 50 mil vacinas numa dose única, porque, caso não cheguem a tempo (e tudo leva a crer que não chegarão), estará assegurada a segunda dosagem para os primeiros 25 mil imunizados. O governo brasileiro continua negociando com os chineses a autorização de envio de novos insumos para a produção de pelo menos mais 6 milhões de vacinas a curto prazo e outras 45 milhões a médio prazo. Mas não havia, ao menos até essa quinta-feira, a certeza de quando isso ocorrerá. Por isso, mais uma vez fica óbvia que a decisão tomada de guardar metade a primeira carga da Coronavac para a segunda dose (tanto do governo quanto da Prefeitura da Capital) foi extremamente correta.
CONFÚCIO: CAFÉ COM O PRESIDENTE E O COMANDO NACIONAL DO MDB O senador rondoniense Confúcio Moura, ex-governador por dois mandatos, está vivendo momentos importantes no contexto da política nacional. Na semana passada, foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro, com um café da manhã, regado a uma longa conversa. Confúcio foi um dos autores do estudo que analisou todos os gastos do governo federal com a Covid 19 e fez questão de entregar em mãos, ao Presidente, uma cópia do seu relatório. Agora, ele volta ao noticiário com uma possibilidade concreta de se tornar presidente nacional do maior partido político do país, o MDB. Aliás, Rondônia já teve essa honraria, quando Michel Temer foi guindado à Presidência da República e o então senador Valdir Raupp, um dos expoentes da política rondoniense, comandou o partido por quase dois anos. Confúcio Moura é vice presidente nacional da sigla. O presidente, Baleia Rossi, é candidato de oposição ao governo Bolsonaro, para a presidência da Câmara, reunindo em torno do seu nome praticamente todas as siglas antigoverno. Se ele ganhar a disputa, aí surge a oportunidade para que Confúcio Moura seja o novo comandante nacional do MDB, transformando-se então, certamente, na figura política mais importante do Estado, dentro do Congresso Nacional.
COMUNICAÇÃO E DISTRITOS: NOMES E CAUSAS DIFERENTES Uma das posições chaves da administração Hildon Chaves, ainda em aberto, é o comando da nova Superintendência de Comunicação, que vai cuidar de toda a estrutura de informação jornalística, da publicidade e das comunicações do governo municipal com a população. Até há pouco, apenas um Departamento na prefeitura, o setor era comandado por último pelo competente Alessandro Lubiana. O jornalista, aliás, já está nomeado para a mesma função, no segundo governo de Hildon. Falta ainda o nome do comandante geral da Superintendência, até agora não anunciado. Um dos mais cotados é o do jornalista Gerson Costa que, coordenando a comunicação na Assembleia Legislativa, nos dois anos em que presidiu a Casa o deputado Laerte Gomes, realizou um trabalho considerado extremamente positivo. Na Secretaria Especial dos Distritos, contudo, ocorre outra situação: o nomeado, o advogado e professor Vinicius Miguel, ainda não pode assumir suas funções, porque está em São Paulo, acompanhando seu pai, o desembargador Vinicius Raduan, acometido por uma forma violenta da Covid 19 e que luta pela vida. Raduan está na UTI, entubado e todos os seus familiares e amigos almejam que ele consiga vencer essa terrível doença.
TEM MUITA GENTE QUE ESTÁ IGNORANDO O LOCKDOWN Continuam as ações do governo e apoio da Prefeitura, na Capital, para o fiscalização do cumprimento das regras impostas pelo Lockdown e toque de recolher, que vão até a próxima terça-feira, dia 26. Fica óbvio que grande parte da população não está cumprindo as determinações. Quem acha que essa afirmação é exagerada, que vá às feiras livres, que continuam funcionando normalmente, com centenas de pessoas amontoadas, muitas delas sem máscara ou qualquer cuidado. Ou vá dar uma espiada no Espaço Alternativo, no final da tarde e início da noite, quando não está chovendo. O número de frequentadores é enorme, alguns se cuidando e outros sem sequer dar bola ao azar. Quem está cumprindo rigorosamente tudo são as empresas, principalmente restaurantes, lanchonetes mais conhecidas e outras do ramo da alimentação, que estão tendo graves prejuízos, mesmo com o sistema de tele entrega e de entrega na porta, para o consumidor que for buscar. As grandes lojas estão fechadas, o shopping também e quem cumpre a lei dentro do rigor que ela apresenta, está tendo enormes problemas. Será que o Lockdown vai diminuir os casos de Covid? Isso não se sabe. Mas que aumentará o fechamento de portas de empresas e o desemprego, não há dúvida alguma...
MOSQUINI É O PREFERIDO? ELE DIZ QUE É CEDO PARA NOMES Por falar em MDB, o partido está se articulando para 2022, inclusive decidindo por uma candidatura própria à sucessão de Marcos Rocha. Até o momento não há uma definição concreta, mas ninguém dúvida que o nome que está sendo pensado é o do líder da bancada federal no Congresso, o jaruense Lúcio Mosquini. Também presidente regional do partido em Rondônia, Mosquini tem sido um importante líder do MDB. Tem o apoio pessoal de Confúcio Moura, de quem foi secretário e da cúpula emedebista no Estado, assim como de vários prefeitos e dezenas de vereadores. Consultado sobre o assunto, Mosquini nega que haja qualquer definição sobre nomes, ao menos até agora. Diz que o partido está se fortalecendo e se articulando, ja que cresceu ainda mais depois da eleição municipal do ano passado e, sim, deverá ter candidatura própria ao Governo. Mas que nem ele e nem qualquer outro nome estão sendo definidos. Alega que essa decisão partirá das bases do partido, “mas apenas na hora certa!”.
GOVERNADOR COMEMORA ENTREGA DAS VACINAS E AGRADECE Numa Live divulgada nas redes sociais, na manhã desta quinta, o governador Marcos Rocha, acompanhado do secretário Fernando Máximo e por dois representantes do Corpo de Bombeiros (Major Andrade Júnior e Capitão Cordeiro) fez um longo depoimento sobre a distribuição do primeiro lote de vacinas para todo o Estado, informando que 100 por cento das doses já haviam sido entregues nos municípios polo e estavam já chegando a todos os recantos do Estado. Tanto Rocha quanto Máximo destacaram a importância desta ação e agradeceram não só aos bombeiros, como também a todos os órgãos da área da segurança (estadual e federal), que ajudaram no esforço para que as doses chegassem o mais rápido possível a todas as cidades. Fez um agradecimento especial ao presidente Bolsonaro, que autorizou o aumento do número de doses que viria, para o Estado. Durante o vídeo, o Governador garantiu também que tem a promessa do ministro da saúde, Pazuello, de que “em breve”, o Estado receberá novo lote das vacinas Coronavac, embora não tenha dado uma data ou um prazo correto. O Estado vai usar as quase 50 mil doses para vacinar 25 mil pessoas, que receberão, em 3 de fevereiro, a nova dose. Novo programa de vacinação em Rondônia, para pessoas que não estiveram na primeira fase, ainda depende da produção do Butantan.
ÍNDIA LIBERA OXFORD PARA O BRASIL, MAS CORONAVAC É DÚVIDA No meio da tarde da quinta, enfim, uma boa notícia para os brasileiros: finalmente, foram liberadas as dois milhões de doses da vacina Oxford/Astrazeneca, pelo governo da Índia. O caso mereceu muitas notícias falsas, críticas duríssima ao governo federal e ao Ministério da Saúde e uma verdadeira torcida organizada por parte da mídia e dos grupos oposicionistas, para que a negociação naufragasse, como tudo estava a indicar. Contudo, o Ministério da Saúde confirmou, oficialmente, que a vacina chega ao Brasil no final da tarde desta sexta-feira. Já em relação aos insumos que precisam ser liberados pelo governo chinês, para a produção de pelo menos novas seis milhões de doses a curto prazo e mais 45 milhões a médio prazo da Coronac (é essa que interessa aos rondonienses), o governo brasileiro garante que as negociações estão bem adiantadas. Na verdade, até a quinta-feira, em relação a esse acordo com os chineses, não há certeza de quando ele será cumprido. Há otimismo dos governistas, contudo, já que as negociações estariam andando de forma muito positiva. Mas não existe ainda um calendário de produção de mais doses e muito menos quando elas serão distribuídas a todo o país.
PERGUNTINHA Você acha que o novo lote das vacinas enviadas para Rondônia pelo Ministério da Saúde, chegará em duas semanas, três semanas, um mês ou acha que vai demorar ainda mais?
Fonte: Sérgio Pires.