O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março teve alta de 1,62%, ante 1,01% de fevereiro. Essa é a maior variação para um mês de março desde 1994, quando o índice foi de 42,75%, no período que antecedeu a implementação do Plano Real. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (8/4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos três meses do ano, o IPCA acumula alta de 3,2%. Nos últimos 12 meses, a alta é de 11,3%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores e o maior registro no país em 18 anos. Em outubro de 2003, o índice foi 13,98%.
Com o resultado, a inflação roda há sete meses consecutivos acima dos dois dígitos.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em março. A maior variação (3,02%) e o maior impacto (0,65 p.p.) vieram dos transportes, que aceleraram na comparação com o resultado de fevereiro (0,46%).
Na sequência, veio o grupo alimentação e bebidas, com alta de 2,42% e 0,51 p.p. de impacto. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 72% do IPCA de março.
Além deles, houve aceleração também nos grupos vestuário (1,82%), habitação (1,15%) e saúde e cuidados pessoais (0,88%). O único com queda foi comunicação, com -0,05%. Os demais ficaram entre o 0,15% de educação e o 0,59% de despesas pessoais.
Aumento dos combustíveis Segundo o IBGE, o resultado do grupo transportes foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços dos combustíveis (6,70%), em particular, o da gasolina (6,95%), subitem com maior impacto individual (0,44 p.p.) no índice do mês.
No dia 11 de março, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 18,8%. Além disso, houve altas nos preços do gás veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%).
Além dos combustíveis, a aceleração do grupo também está relacionada à alta nos preços de alguns serviços, como o transporte por aplicativo (7,98%). Todas as regiões do país tiveram alta de preços em março. O menor resultado ocorreu na região metropolitana de Belém (1,44%), em função da queda na energia elétrica (-2,98%).
A maior variação, por sua vez, ficou com a região metropolitana de Curitiba (2,54%), influenciada pelas altas de 11,55% na gasolina e de 20,22% no ônibus urbano.
Estouro da meta de inflação A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2022 é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, podendo variar entre 5% e 2%.
De acordo com estimativas do mercado financeiro, a inflação deve ficar fora do intervalo pelo segundo ano seguido. Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015. Fonte: Metrópoles.