04/05/2022 às 16h40min - Atualizada em 04/05/2022 às 16h40min

Polícia tenta desbloquear celular de mulher morta ao se recusar a dançar com ex em festa

Gazeta Rondônia

A Polícia Civil está tentando ter acesso às mensagens do celular de Rayane Ferreira Nascimento, a mulher que foi morta ao se recusar a dançar com o ex-marido em uma festa no município de Alta Floresta do Oeste (RO), na zona da mata.

Segundo o delegado Eduardo Calixto, os investigadores estão tentando ver as últimas mensagens enviadas e recebidas por Rayane antes do crime. A polícia busca saber se o suspeito, José Paula Goveia, ameaçou a vítima através de alguma rede social.

"Nós temos a pendência da análise do celular da vítima. O aparelho foi apresentado na delegacia pela genitora [mãe da vítima] e nós precisamos ter acesso ao conteúdo. Acontece que esse celular está bloqueado por senha e não se tem o conhecimento dessa senha. Aí nós estamos fazendo diligências para acessar o conteúdo", diz o delegado.

 

Na última terça-feira (3), a polícia concluiu o inquérito do caso e enviou ao Ministério Público de Rondônia (MP-RO) de Alta Floresta.

Caso sejam encontradas mensagens de ameaças no celular, estas serão inclusas depois no inquérito policial.

Troca de mensagens entre Rayane Ferreira Nascimento, que foi vítima de feminicídio em RO, e a mãe — Foto: Reprodução/ WhatsApp

Troca de mensagens entre Rayane Ferreira Nascimento, que foi vítima de feminicídio em RO, e a mãe — Foto: Reprodução/ WhatsApp

Assassinato em festa

 

Rayane Ferreira Nascimento, de 30 anos, foi morta a tiros no dia 24 de abril enquanto estava em uma festa em Alta Floresta. Durante o atentado contra Rayane, outras três pessoas ficaram feridas.

O autor dos disparos é o ex-companheiro da vítima, José Paula Goveia. Ele foi preso em flagrante pelos feminicídio e tentativa de homicídio.

Caso Rayane: Suspeito tinha posse legal de arma, mas para ser usada em sua residência

Segundo as investigações da Civil, José teve um relacionamento com a vítima durante 12 anos, mas há 60 dias haviam se separado.

Na noite em que foi abordo e preso pela Polícia Militar, o suspeito disse ter ido até a festa onde estava Rayane e pediu para dançar com ela, mas a mulher se recusou. Inconformado, ele pegou a arma, que estava na cintura, e disparou contra ela.

À polícia, a família de Rayane contou que a vítima já havia desabafado sobre ameaças feitas por seu ex-companheiro.

Em uma conversa, a vítima falou com a mãe sobre a recusa de José em não aceitar o fim do relacionamento de 12 anos (leia abaixo).

Segundo a polícia, José tem Certificado de Registro Federal de Arma de Fogo e possuía uma Taurus, 9mm, que foi apreendida.

 

Carta

Carta escrita por José Paula Goveia em Alta Floresta do Oeste (RO) — Foto: Reprodução

Carta escrita por José Paula Goveia em Alta Floresta do Oeste (RO) — Foto: Reprodução

No dia em que matou Rayane a tiros, o suspeito escreveu uma carta que seria para a vítima. Parte do texto dizia:

"Aqui estou eu mais uma vez para te encher o saco, tirar sua paz, como você diz [...] não tenho ninguém para conversar, resolvi te escrever para ver se o tempo passa, pra tentar dormir. Não decidi o que fazer da vida, mas por ainda estar em pé pode ser que eu ainda consiga caminhar como gostaria. Também pelo fato de minha mãe e você existir me dá muita vontade de viver. Antes de finalizar a carta, ele pede à vítima que a guarde "enquanto vida tiver".

Conforme a apuração feita pela Rede Amazônica, o suspeito entregou a carta para uma amiga de Rayane, como tentativa de contato do suspeito com a vítima. Fonte: G1

 
 


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