O policial penal Rafael Rocha, de 43 anos, vem desenvolvendo no conesul de Rondônia um projeto para sensibilizar estudantes sobre o risco do uso de drogas. A ação feita em escolas tem a participação de policiais e também de ex-presidiários.
Rafael foi professor por 16 anos e, ao assumir a carreira na área da segurança, em 2016, começou a perceber outras realidades fora do círculo que estava acostumado.
“A gente vê os alunos muito indisciplinados. Hoje eu tô vendo o outro lado, onde essas crianças estão indo parar. Quase 60% da população carcerária, na cadeia de Cerejeiras, é formada por jovens de até 25 anos. Deveriam estar na faculdade e estão presos”, aponta.
O projeto “suas escolhas definem seu futuro” surgiu com o objetivo de evitar que outras crianças e adolescentes se envolvam com o crime, carregados pelo uso das drogas. Rafael também busca reforçar o compromisso com a educação.
Segundo o idealizador do projeto, o objetivo de envolver ex-presidiários é mostrar a realidade de forma mais próxima e com propriedade.
O policial afirma que a grande maioria dos detentos em Cerejeiras tem envolvimento direto ou indireto com o uso de drogas. Alguns presos por tráfico, outros por roubo ou furto cometidos para manter o vício.
“Eu ouvi no júri a promotora falar assim pra um preso: ‘por que você não evitou de ter usado a droga?’ E ele falou pra ela: ‘doutora, a senhora não sabe o que é ser um drogado porque a senhora nunca foi’. A fala de quem realmente passa ou passou por isso causa um impacto muito grande porque está falando com propriedade”, revelou.
Inicialmente o projeto surgiu para atender as necessidades de uma escola específica. No entanto, o resultado se espalhou e foi crescendo para outras unidades. Desde então, os voluntários já visitaram várias escolas de Cerejeiras e Pimenteiras do Oeste (RO), alcançando cerca de 2 mil alunos.
Para ter acesso ao programa, as escolas entram em contato com os responsáveis e agendam uma visita. De acordo com Rafael, o resultado tem sido bem positivo, mas é necessário crescer ainda mais.
“Eu sinto que na imensidão dos problemas que a gente tem hoje sobre droga, eu plantei uma sementinha, um grão de areia em uma imensidão. Mas o que eu quero é que a educação tenha apoio e incentivo. Se outras pessoas tiverem a ideia de multiplicar o projeto seria um privilégio muito grande”.
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Fonte: G1