12/12/2022 às 15h13min - Atualizada em 12/12/2022 às 15h13min

Em Rondônia, mais de 12 milhões de filhotes de tartarugas foram soltos no rio Guaporé

Gazeta Rondônia

A soltura de quelônios no rio Guaporé ocorreu neste domingo, 11, em uma ação conjunta entre o Governo de Rondônia, acompanhada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – Sedam, Batalhão de Polícia Ambiental – BPA e a Associação Comunitária Ecológica do Vale do Guaporé – Ecovale.

O governador Marcos Rocha enfatizou a atuação da Sedam e do BPA na busca do equilíbrio da espécie vulnerável e a recuperação gradual dos ambientes básicos de sobrevivência do quelônio do Guaporé. “O Estado busca fomentar essa ação na região coordenada pela Ecovale, essa importante organização não-governamental que também recebe investimento da iniciativa privada”, ressaltou o governador.


PROJETO QUELÔNIOS

O secretário da Sedam Marco Antônio Lagos esteve em São Francisco do Guaporé e acompanhou a coleta e a soltura dos quelônios. Segundo ele “o Projeto Quelônios da Amazônia apoia o Quelônios do Guaporé da Ecovale que atua há 23 anos nessa região com o objetivo de monitorar, proteger e assegurar a reposição de estoques naturais”, esclareceu ele.

De acordo com o comandante do BPA, Cel. Adenilson Silva Chagas, “desde 2020 o projeto ganhou reforço na fiscalização, com a vigilância permanente no rio Guaporé para evitar a prática de ações predatórias na fronteira Brasil-Bolívia”, reforçou.

Para o vice-presidente da Ecovale, Zeca Lula, “as tartarugas encontradas no Guaporé são a maior espécie de quelônio de água doce da América do Sul, podendo chegar um metro de comprimento e pesar até 75 quilos. Por isso a importância de preservar a espécie nessa região que é considerado o maior berçário dessa espécie do mundo”, comemora.

Esse é o resultado desse trabalho feito em conjunto. Para a gerente regional de gestão ambiental da Sedam Jemyllly Duarte “o Estado pretende conservar mais a espécie, melhorando nos próximos anos a fiscalização nas estações de desova e eclosão, e diminuindo a vulnerabilidade do quelônio”, detalha.

REPRODUÇÃO

A desova este ano aconteceu em outubro e a eclosão em dezembro, um pouco mais tarde que o normal. De acordo com o biólogo da Sedam Leandro Almeida “as espécies de quelônios que sempre povoaram as regiões do Guaporé aproveitam a faixa de areia branca exposta às margens onde cavam seus ninhos para a desova”, explica ele.

Hoje pelo menos seis áreas de desova em cerca de 120 mil ninhos estão protegidas pelo projeto. Após a eclosão, geralmente no mês de novembro, a equipe do projeto recolhe os filhotes dos ninhos. Devido a proximidade das covas é possível encontrar ninhos interligados por túneis. Depois de coletados os filhotes são levados para os tanques rede onde ficam até perderem o odor característico, que atrai os predadores. Após esse período é realizada a soltura em áreas mais seguras. A soltura ocorre sempre no mês de dezembro, este ano o evento reuniu centenas de pessoas na praia Belo Oriente em São Francisco do Guaporé. Já em liberdade os filhotes e adultos migram para as águas em busca de refúgio e alimentação, longe do maior predador, os seres humanos.

“Por meio deste manejo, esperamos aumentar a taxa de sobrevivência dos quelônios, que ao nascerem são frágeis e não conseguem se alimentar ou se proteger de outros animais silvestres. Então, nosso propósito é auxiliar as tartarugas para que aprendam a comer o que vão encontrar nos rios quando forem soltos”, explicou Zeca Lula.

Fonte: Secom.


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