21/12/2020 às 11h03min - Atualizada em 21/12/2020 às 11h03min

Taylor Swift lança Evermore, seu segundo álbum de 2020

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Meia-noite nos Estados Unidos. Duas da manhã no Brasil. Minutos antes da estreia do seu novo álbum, Taylor Swift respondeu algumas curiosidades dos fãs sobre suas músicas em uma seção de comentários do YouTube. E foi lá que a artista revelou que seu último álbum “Folklore” representa o calor da primavera e do verão, enquanto “Evermore” simboliza o outono e o inverno. 

De fato, é um álbum mais duro em suas letras, mais resistente, como se tivesse criado uma carapaça depois de contar histórias de relacionamentos que não deram certo no último verão. Porém, o tema não muda. Ainda se trata de um álbum sobre relações complexas, mas, dessa vez, mais maduras. 


Jack Antonoff e Aaron Dessner voltam como produtores do disco, e Justin Vernon (ou “vocalista do Bon Iver” para os íntimos) e William Bowery (pseudônimo de Joe Alwyn, namorado de Swift) voltam a ser coautores de diversas músicas.

Abrindo o álbum temos “Willow”, que, ao contrário de “Cardigan”, soa propriamente como um single e, de quebra, ganhou um clipe ao mesmo tempo que o disco estreou. Com uma sonoridade mais pop que o álbum inteiro de “Folklore”, a música traz um eu-lírico que implora para que seu homem lhe pegue pela mão e estrague seus planos.

aylor parece falar com a audiência quando diz “A vida é um salgueiro que se dobra diante do vento, mas eu sempre volto mais forte que uma tendência dos anos 1990”.

Apesar do disco começar diferente de “Folklore”, a sonoridade do “álbum-irmão” de “Evermore” já aparece na faixa seguinte.  “Champagne problems” foi sonorizada totalmente por Aaron Dressner, com uma participação do baixista Logan Coale, e evoca o mesmo sintetizador com o qual já estávamos acostumados no último álbum de Swift, além, claro, de apresentar uma letra sobre desencontros amorosos.

Porém, uma das maiores surpresas do álbum foi “Gold rush”, que começa grandiosa e caminha para um pop dançante entrelaçado com violinos e uma forte bateria.

A partir daí, começamos a ver uma maior influência de “Folklore” em “Evermore”. “Tis the damn season”, “Tolerate it” e “Happiness” são baladas tristes, com letras assertivas que expõem o quão difícil é estar em uma relação que está a ponto de desmoronar. “Se isso tudo for invenção da minha cabeça, me diga se eu entendi algo errado. Eu sei que meu amor deveria ser celebrado, mas você apenas o tolera”, são alguns dos versos mais fortes de “Tolerate it”, quinta faixa do álbum.

“No body, no crime” foi feita em parceria com HAIM, uma banda de indie-rock americana e amiga de longa data de Taylor Swift. Um country com ares de mistério, a música traz uma história de assassinato com tons maliciosos e sonoridade interessante, porém, com vocais muito tímidos das meninas do HAIM. Aliás, de duas delas. 

A banda é formada por Alana, Este e Danielle Haim, mas apenas as duas últimas participam da canção. Logo antes da estreia do álbum, Taylor Swift contou que se inspirou em diversos podcasts sobre crimes e assassinatos para compor “no Body, no crime”.

“Dorothea” e “Ivy” são músicas que se conversam, que falam sobre amores que se perderam e que acabaram tomando conta de tudo, como ervas daninhas. Nelas também conseguimos ouvir diversas camadas de instrumentos, um descanso do sintetizador presente em diversas músicas também de “Folklore”, chegando a ser monótono algumas vezes.

Em “Coney island” temos o segundo feat do álbum, dessa vez com a banda de rock “The National”. Aaron Desner, guitarrista da banda, continua na sonorização, mas Matt Berninger, vocalista, canta com sua voz grave ao lado de Taylor Swift, causando um bonito contraste enquanto ambos cantam sobre arrependimento.

“Long story short” e “Closure” possuem uma melodia mais animada, beirando o experimental, mas com letras que exprimem um sentimento totalmente oposto. “Empurrada de um precipício, agarrada aos lábios mais próximos, encurtando a história, era o cara errado”, canta Taylor.

Já “Cowboy like me” conta a história de um relacionamento prestes a começar em meio a muita desconfiança, como diz o verso: “e você me convidou pra dançar, mas dançar é um jogo perigoso”. Um dos pontos altos da faixa são os vocais “escondidos” de Marcus Mumford, da banda “Mumford & Sons”, que ajuda a contribuir para o clima de flerte ao som de country em um bar do interior do Mississipi.

Homenagem à avó

 A faixa mais bonita de “Evermore” fica a cargo de “Marjorie”, uma bela homenagem à avó de Taylor Swift. Nascida em 1928, ela morreu em 2003 e foi cantora de ópera, e cantava, inclusive, para a neta. Se prestarmos atenção, podemos ouvir um pouco do seu canto próximo ao refrão da música.

A última canção do disco é também sua faixa título. “Evermore” repete a parceria com Bon Iver, mas, dessa vez, com troca de timbres. Taylor canta de forma mais grave, enquanto Bon Iver sobe o tom. Porém, em termos de comparação, “Exile”, do álbum anterior, possui uma forma muito mais interessante que a nova parceria. Esse foi o feat mais fraco do álbum.

Como a própria Taylor Swift postou assim que “Evermore” foi lançado, ela e sua equipe simplesmente não conseguiam parar de escrever canções e este trabalho veio de uma forma muito natural. 

De fato, como seu segundo álbum em cinco meses, ele não soa forçado, como se fosse uma obrigação comercial, mas sim espontâneo e até mais dinâmico que o seu antecessor. Swift não faz a mínima ideia do que virá pela frente, mas ela sabe que continuará fazendo sua música “evermore”, ou seja, para sempre. (CNN).
 

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