16/08/2023 às 22h29min - Atualizada em 16/08/2023 às 22h29min

Professora foi enforcada, teve álcool jogado nos olhos e foi queimada enquanto ainda respirava, diz laudo

Gazeta Rondônia

Em depoimento prestado à polícia na tarde desta quarta-feira (16), Edson Alves Viana Junior, terceiro suspeito de participar do sequestro e da morte da professora Vitória Romana Graça, de 26 anos, contou o assassinato em detalhes, revelando crueldade.

Os suspeitos teriam enforcado a vítima por trinta minutos com uma corda e, para ter certeza de sua morte, abriram os olhos dela e jogaram álcool. A vítima foi colocada numa mala e, posteriormente, dentro do porta-malas do carro de Vitória.


Em seguida, dirigiram até um local ermo, e retiraram a mala com a vítima do carro. Segundo Edson, ele próprio abriu um pouco a mala e despejou dois litros de gasolina dentro dela, ateando fogo logo depois. O suspeito contou ainda que ele, a irmã Paula Custódio Vasconcelos e a sobrinha e ex-namorada de Vitória, de 14 anos, só deixaram o local quando as chamas estavam altas.

O carro de Vitória, um GM Celta, foi abandonado no posto de gasolina onde os suspeitos compraram o combustível. A polícia encontrou o veículo e o apreendeu.

Despachar a professora

Segundo Edson, o crime foi premeditado e Paula teria mostrado uma mala para "despachar a professora". A morte teria sido motivada por questões financeiras. Ainda de acordo com o homem, os dois foram até a escola em que Vitória trabalhava questionar o motivo da professora ter bloqueado a ex-sogra nas redes sociais e saber mais detalhes do motivo do término do relacionamento com a filha dela, uma adolescente de 14 anos.

No local, Paula teria pedido para Vitória ir até a sua casa ao final da aula. Edson afirmou que a intenção da suspeita era continuar recebendo dinheiro da vítima, que estava ajudando a família financeiramente. Inicialmente, a professora não quis encontrar a ex-sogra, mas depois concordou em conversar com ela.

Na volta, quando já tinham chegado na residência, Paula teria apontado para uma mala e dito que ela seria usada para "despachar a professora". Ainda de acordo com Edson, assim que Vitória chegou na casa, eles já a imobilizaram.

A ex-namorada teria participado do processo. O grupo amarrou a vítima com fitas em uma cadeira e começou o processo de extorsão, usando a digital dela para fazer transferências para a conta do suspeito.

Inteligente e estudiosa

Uma menina do bem, cristã, inteligente e estudiosa, que acreditava nas pessoas. Assim, a professora Vitória Romana Graça, de 26 anos, foi descrita pela mãe dela, Maria Zélia, de 66. A principal suspeita do crime é a mãe de sua ex-namorada, Paula Custódio Vasconcelos, de 33 anos, e a menina, uma adolescente de 14 anos, com quem ela teve um relacionamento durante quatro meses.

 
“Minha filha tinha 26 anos, era uma pessoa muito boa para a gente e para todo mundo. Ela era cristã e uma menina do bem, que estudou. Era professora de inglês e português, cursou Pedagogia e estava trabalhando. Fez bastantes concursos, passou em alguns, inclusive o da Uerj, e aguardava convocação. Era também muito inteligente e comunicativa. O erro dela foi acreditar nas pessoas, achar que todo mundo era bom.” Disse a mãe, que era contra relação da filha com a adolescente que conhecera pelas redes sociais.

Corpo encontrado

Na manhã do dia 11, por volta das 7h15, a polícia foi acionada para uma ocorrência na Praça Damasco, em Senador Camará, na Zona Oeste. No chamado, já foi informado que se trataria de uma vítima carbonizada, até então sem identificação. O corpo foi encontrado pelas equipes por volta das 8h no local.

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a professora ainda estava com vida quando teve seu corpo queimado. No exame foi apontado aspiração de fuligem. Ferragens e tecidos encontrados no local do crime levam a polícia a acreditar que a vítima estava numa mala quando os criminosos atearam fogo.

Quatro meses: Mãe de professora carbonizada era contra relacionamento da filha com adolescente suspeita de participação no crime

Sem saber da morte da filha, a mãe de Vitória foi à 35ª DP (Campo Grande) registrar o desaparecimento da professora.

Suspeitas presas

No mesmo dia, um vizinho da mãe da vítima auxiliava nas buscas pela professora em Senador Camará quando ouviu que duas moradoras foram expulsas por "sequestrar uma pessoa". As informações foram contadas para agentes que participavam das buscas, quando passavam pelo local, por volta das 15h, em uma viatura. Mãe e filha foram encontradas às margens da Avenida Santa Cruz naquela tarde e levadas para a delegacia.

Lá, as duas prestaram depoimento e se tornaram as principais suspeitas pelos crimes de sequestro e assassinato. Paula — que já tinha um mandado em aberto por roubo qualificado — foi presa, e a filha dela, de 14 anos, apreendida. Dois dias depois, Paula teve a prisão em flagrante convertida em preventiva após audiência de custódia. À polícia, a adolescente disse não ter envolvimento com o crime.

Quer receber diariamente no seu celular links de notícias exclusivas de Rondônia, Brasil e Mundo participe do nosso Grupo de Whatsapp silencioso sem debates ou comentários.

Fonte: O Globo.
 
 


Notícias Relacionadas »
Comentários »