A recepcionista Damaris de Almeida Lima, de 26 anos, foi encontrada morta no banheiro de sua casa, no bairro de Itaquera, zona leste de São Paulo, por volta das 14h dessa quinta-feira (10/11). O caso é investigado como feminicídio, que é uma qualificadora para crimes contra a vida, ou tentativa deles, movidos por violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.
O corpo da jovem estava enrolado em um tapete e já em estado de decomposição, indicando estar no local há alguns dias.
Ela morava com o noivo, identificado como Jorge Bier Julião, também de 26 anos. Ele é investigado pela Polícia Civil como suspeito pelo crime. Jorge não é visto desde segunda-feira (6/11), conforme relatado por familiares de Damaris em depoimento. Ele e a vítima moravam juntos há cerca de cinco anos.
Um familiar do rapaz compartilhou a foto dele na internet, afirmando que Jorge está desaparecido desde quarta-feira (6/11). “Quem souber do seu paradeiro, por favor nos avise”, escreveu.
O corpo da recepcionista foi localizado por policiais militares. Não foram identificados sinais de violência aparente. Uma das linhas de investigação da Polícia Civil é a de que Damaris possa ter sido morta por asfixia.
O Metrópoles apurou que Jorge mantém dois perfis em uma rede social. Somente em um deles o suspeito postou imagem com a vítima (foto em destaque), em março de 2022, na qual divulga estar noivo de Damaris.
Além do corpo da vítima, a PM encontrou drogas no local. Exames toxicológicos irão constatar se Damaris eventualmente chegou a fazer uso dos entorpecentes.
Familiares da recepcionista relatam que, recentemente, ela chegou a pedir para voltar a morar na casa da mãe. O casal estaria brigando com frequência.
O noivo de Damaris não havia sido localizado até a publicação desta reportagem.
Recorde de feminicídios
Os casos de feminicídio em São Paulo voltaram a bater recorde negativo e já superam os registros de todo o ano de 2021. Segundo dados oficiais, divulgados no último dia 25 pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), foram 166 casos de janeiro a setembro deste ano – o maior patamar da história.
As estatísticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP) mostram que o estado registrou 24 feminicídios só em setembro de 2023, ante 13 ocorrências no mesmo mês de 2022, o que representa aumento de 84%.
Segundo os indicadores, o interior paulista é a região que mais concentra ocorrências de feminicídio, com 16 registros no mês de setembro. Já a capital computou três assassinatos de mulheres.
No acumulado do ano, o aumento de feminicídios é de 38,4% em relação ao mesmo período de 2022. Foram 124 casos nos nove primeiros meses do ano passado.
Mesmo com o ano incompleto, os dados de 2023 já superam os 136 casos de todo o ano de 2021 e se aproxima das 187 ocorrências de 2022 – até o momento, o pior resultado da série histórica.
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