O que era para ser um dia de alegria terminou em pesadelo. Os 20 formandos e mais de 130 convidados para a formatura do 9° ano da Escola Municipal Joaquim Augusto Ferreira Mourão de Praia Grande, no litoral de São Paulo, foram vítimas de um golpe aplicado pela proprietária do buffet contratado, que não organizou a festa. Imagens obtidas nesta segunda-feira (25), mostram o salão onde seria o evento vazio.
A reportagem apurou que uma professora foi quem fechou o contrato com o Buffet , que leva o nome da dona da empresa. Caberia a ela organizar o salão, decorar e garantir a alimentação e bebidas da festa, o que não aconteceu. O site entrou em contato com a proprietária da empresa, mas esta não atendeu as ligações.
Sensibilizada com a situação, a citada professora e outros docentes fizeram um rateio e compraram salgados e bebidas para improvisar a festa. A autônoma Kátia Regina dos Santos, de 46 anos, é mãe de aluno e ficou emocionada com a atitude da docente: "Tirou do bolso dela para fazer acontecer a cerimônia", disse ela, que investiu R$ 970 na festa e mais R$ 370 por convites extras.
Kátia Regina acredita que os pais e responsáveis tenham investido algo em torno de R$ 30 mil. "A gente pagou o buffet e simplesmente não compareceu. O salão estava vazio, sem nada para comer e beber. [...] foi uma coisa horrível, muito triste [...]. Eu me senti lesada".
O encarregado de manutenção predial e pai de um dos alunos, Diego de Oliveira, de 39 anos, contou que a professora mandou um vídeo chorando assim que percebeu que nada havia sido organizado no salão de festas. Mesmo assim, eles [responsáveis] resolveram ir ao local para ver o que seria feito.
"Não tinha nada. A mulher simplesmente não apareceu, sumiu. Ficou aquele desespero. Sabe quando se faz uma formatura nas coxas? A gente pagou por uma formatura top e teve que fazer um rateio entre as professoras, que compraram uns salgadinhos e refrigerantes", disse ele.
Oliveira pagou R$ 1.070 para cinco pessoas irem à festa, incluindo ele e o formando. "Foi tão planejada, com tanto sacrifício. Perdi meu 13° para pagar as coisas para meu filho e aconteceu essa fatalidade. Não [vamos] deixar isso passar impune para que outros não passem pela mesma situação e constrangimento".
O dinheiro perdido, segundo ele, não o deixaria nem mais rico e nem mais pobre, mas acabou com um sonho. "Foi criada uma expectativa. Vi meu filho chorando e todo mundo em uma situação deplorável sendo que era para ser um momento de alegria".
A mãe e manicure Maria Dasdores da Silva, de 33 anos, afirmou que vai registrar um boletim de ocorrência e procurar um advogado assim que o recesso terminar. Ela pagou R$ 970 em parcelas para que o filho participasse da formatura.
Uma funcionária que havia sido contratada para o evento, mas preferiu não se identificar, contou que trabalha no ramo há anos e nunca tinha presenciado uma situação como essa. "Para a gente foi frustrante também. A gente ficou comovido e chateado".
A reportagem entrou em contato com a dona do buffet, mas ela não atendeu as ligações. A Polícia Militar informou ter sido acionada para uma ocorrência de desentendimento e orientou as partes registrarem o caso no 1° Distrito Policial (DP).
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que não localizou registros sobre o caso. "A Polícia Civil está à disposição das vítimas para registrar e investigar os fatos".
O site entrou em contato com a Prefeitura de Praia Grande, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Fonte: G1