29/04/2021 às 17h46min - Atualizada em 29/04/2021 às 17h46min

Ponte que liga AC e RO deve reduzir preço do transporte de mercadorias e aposentar balsa

Obra deve ser oficialmente entregue em 7 de maio com visita no presidente Jair Bolsonaro. Fora empregados R$ 14 milhões na obra.

Gazeta Rondônia

A ponte que agora liga os estados do Acre e Rondônia ficou pronta este mês. Atualmente, o transporte de pessoas e mercadorias só é possível por meio de balsas e , com a conclusão da ponte, as balsas serão desativadas.

Para um veículo de passeio, a taxa pra atravessar o Rio Madeira na balsa é de R$ 20 e, somadas a ida e volta, o motorista chega a pagar R$ 40. O valor varia conforme o tamanho e peso do veículo. As taxas podem chegar a R$ 290, dependendo do veículo. José Afonso é caminhoneiro e passa pela balsa há 40 anos, ele diz que chega a gastar R$ 1,2 mil.

“Toda vez que eu passo pra lá com o caminhão eu pago R$ 160 para lá, aí de lá pra cá, R$ 160. O caminhão grande paga R$ 220”, disse.

A funcionária pública Denise Andrade foi estava indo para uma consulta médica em Rondônia com a família. Ela mora no Acre e diz que a ponte vai diminuir muito tempo de viagem.

“Isso é um sonho antigo. Antes de mim, esse sonho já existia e aí isso vai viabilizar nossa viagem, nossa passagem, vai adiantar muito a nossa chegada. O que antes demorava cinco horas com estrada boa, sete horas com estrada ruim, agora a gente vai ter uma passagem mais rápida e é um sonho mesmo essa integração dos estados”, diz. 

A obra começou em 2014, a entrega da ponte sofreu alguns atrasos e datas de inauguração foram adiadas. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o motivo do último atraso é em decorrência da "queda na produção nacional de alguns insumos" causada pela pandemia da Covid-19.

A inauguração é no dia 7 de maio em uma cerimônia com a presença do presidente Jair Bolsonaro. A estrutura que tem 1,5 km de extensão foi projetada em 2014 e fica na região do Abunã, em Porto Velho, e o acesso é pela BR-364.

Apesar da estrutura ter sido construída no território rondoniense, uma das cabeceiras da ponte é conhecida como “lado do Acre”. Antes de chegar ao estado acreano, o motorista percorre os distritos de Fortaleza do Abunã, Vista Alegre do Abunã, extrema e Nova Califórnia, todos de Porto Velho.

O comerciante Valmir Melo que tem um comércio na travessia da balsa diz que ainda avalia como vai ficar após a desativação do local.

“Eu vim com um irmão em 2011, aí ele ficou três anos, foi embora e montei um comercinho pra mim. Agora a renda vai acabar e no momento não tem lugar definitivo para montar outra coisa”, disse.

A estimativa é que mais de 2 mil veículos passem diariamente pela ponte depois que ela for inaugurada. A obra que custou 140 milhões de reais é um avanço para a integração dos estados do Acre e Rondônia. A ponte vai agilizar e baratear o transporte de mercadorias.

André Santos, superintendente do Dnit em Rondônia, diz que a pandemia impactou a entrega.

“Creio que o Acre está sentindo a falta do insumo que é o aço, que está em falta no Brasil todo e como teve a pandemia, as siderúrgicas desligaram alguns fornos que fabricam o insumo lá. A terceira maior ponte rodoviária do Dnit atualmente e temos quase 4 km de acesso e esse acesso utilizamos quase 300 mil m³ de aterro, tem estaca com 10 metros de altura, foi um desafio fazer nesse rio, nessa vegetação, nesse tipo de solo na margem do Madeira”, destaca.

O governador Gladson Cameli fez uma visita técnica antes da inauguração da ponte. Ele conversou com a equipe do Dnit e reforçou que a obra representa um avanço no desenvolvimento econômico do estado do Acre.

“Qualquer investidor que queira investir no Acre de olho no pacífico e na Ásia perguntava como investiriam aqui se não tinha uma ponte, como iriam investir como não tem uma infraestrutura pronta, então hoje finaliza essa obra que mostra que ninguém vai poder dizer que não tem infraestrutura aqui no nosso estado”, finaliza. Fonte G1

 
 


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