Com 15 votos a favor e três contrários, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (15) a suspensão cautelar temporária do mandato do deputado federal André Janones (Avante-MG) por três meses. O parlamentar vai recorrer ao plenário da Câmara contra a decisão, que terá de analisar o pedido ainda nesta terça.
O requerimento, apresentado pela Mesa Diretora da Câmara, pedia o afastamento de Janones por seis meses por quebra de decoro parlamentar. Contudo, o relator do caso, deputado federal Fausto Santos Jr. (União-AM), entendeu que o período deve ser de três meses.
O parlamentar mineiro não acompanhou a sessão do Conselho de Ética desde o início. Ele alegou que não foi comunicado de forma antecipada sobre a sessão e disse que vai acionar a Justiça. Mas o presidente do Conselho, deputado Fábio Schiochet (União-SC), disse que o colegiado enviou 11 emails para o gabinete do parlamentar.
Segundo a denúncia, Janones ofendeu “gravemente” o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) durante sessão no plenário da Câmara em 9 de julho. O PL, que acionou a corregedoria, alega “abuso das prerrogativas”.
Na ocasião, Nikolas fazia um pronunciamento na tribuna sobre o tarifaço de 50% dos EUA contra produtos brasileiros exportados ao país. Em seu parecer, o relator disse que Janones chamou Nikolas de “cadelinha”.
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O relator ainda afirma que Janones proferiu insultos como “capachos” e “vira-latas” contra outros deputados, bem como usou “linguagem ofensiva”, culminando em confusão generalizada com intervenção da Polícia Legislativa.
Janones alega que estava fazendo um vídeo para suas redes sociais, contra a taxação, e que gravou Nikolas para mostrar “que tinha gente com coragem” de defender o presidente dos EUA, Donald Trump.
Segundo Janones, a confusão teria começado devido a um “problema” em seu vídeo e, por isso, ele retornou próximo à tribuna da Câmara para refazer a gravação.
Contudo, neste momento, Janones alega que deputados de oposição tentaram impedi-lo, agredindo-o. Ele disse ter vídeos com provas.
Por fim, o deputado mineiro disse que não consegue compreender qual foi a ofensa que ele fez, mas que se desculpa pela “confusão”.
Fonte: R7.