O jogador de futebol Murilo Costa Felix Oliveira, de 14 anos, morreu após ser baleado na cabeça no sábado (21), em Cariacica, na Grande Vitória, Espírito Santo. Atleta do time capixaba Porto Vitória, ele ficou internado por quatro dias antes de ter a morte cerebral confirmada na quarta-feira (25). A família, em um ato de solidariedade, decidiu doar os órgãos do jovem.
De acordo com informações da Polícia Civil, Murilo estaria com outros dois adolescentes no momento do incidente. Um dos adolescentes, de 15 anos, foi apreendido, e a polícia também recolheu a arma utilizada, além de alguns aparelhos celulares.
O pai de Murilo, Abraão Nascimento Oliveira, relatou como soube do ocorrido. Ele recebeu uma ligação de um policial por volta das 23h30 de sábado, informando que o filho havia sofrido um acidente e estava sendo encaminhado ao hospital após um disparo de arma de fogo ocorrido dentro de uma residência. “Meu filho já chegou ao hospital em estado muito grave”, lamentou o pai.
Relatos indicam que o amigo de Murilo teria mostrado a ele um revólver calibre .38, que estava guardado no cofre do quarto do pai. Durante o manuseio, a arma teria disparado acidentalmente contra o jovem jogador.
O disparo ocorreu na casa de um amigo da vítima. Logo após o incidente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e levou Murilo ao Hospital Infantil de Vitória, onde recebeu os primeiros socorros.
O boletim de ocorrência da Polícia Militar indicou inicialmente que o jovem jogador estava com um adolescente de 15 anos, morador da casa onde o disparo ocorreu. Porém, as investigações revelaram que um terceiro menor também estava presente na residência.
O adolescente que estava com Murilo no momento do disparo foi conduzido à Delegacia Especializada do Adolescente em Conflito com a Lei (Deacle) e, posteriormente, autuado por ato infracional equivalente à tentativa de homicídio. Ele foi encaminhado ao Centro Integrado de Atendimento Socioeducativo (Ciase).
A polícia destacou que o ferimento da vítima não era compatível com a versão inicial apresentada pelo adolescente, o que levou à sua apreensão.
O equipamento de armazenamento de imagens do prédio foi apreendido e as gravações de acionamento da ocorrência e do Samu já foram solicitadas. A ideia é que esses elementos ajudem a explicar o que houve e esclareçam o caso.
O enterro de Murilo ocorreu na manhã de sexta-feira (27) no Cemitério Parque da Paz, em Cariacica.
