05/10/2024 às 10h15min - Atualizada em 05/10/2024 às 10h15min

Mais de 750 mulheres morrem por dia de causas evitáveis ​​relacionadas à gravidez e ao parto

Gazeta Rondônia

Um relatório recente da ONU revela que quase 800 mulheres continuam a morrer diariamente de causas evitáveis relacionadas à gravidez e ao parto. As normas de gênero prejudiciais, a baixa priorização de serviços de saúde sexual e reprodutiva de qualidade e a fragilidade dos sistemas de saúde em países de baixa e média renda estão dificultando o progresso nessa área. A atual crise global tem exacerbado essas pressões, restringindo o acesso a cuidados de saúde essenciais.

O acesso a cuidados de saúde é um desafio significativo: cerca de 31,9% das mulheres relatam dificuldades em acessar clínicas, e 70% não conseguem tomar decisões sobre sua própria saúde. As restrições impostas pelo Talibã à educação podem resultar em um aumento de 45% na gravidez precoce e em 50% na mortalidade materna. Além disso, os conflitos têm causado estresse psicológico intenso, com 82% das mulheres afegãs relatando problemas de saúde mental. Em Gaza, 75% das mulheres expressaram sentimentos de depressão, enquanto 62% relataram dificuldades para dormir e 65% sentiram ansiedade.

 

Entre as mães refugiadas ucranianas na Polônia, mais de 60% afirmaram ter enfrentado grande sofrimento. Mulheres e meninas em situações de conflito estão particularmente vulneráveis a doenças infecciosas, resultado do deslocamento e da interrupção dos cuidados de saúde. No início de 2024, mais de 429.000 casos de pneumonia feminina foram registrados no Afeganistão. Em Gaza, as mulheres apresentaram taxas mais elevadas de infecções de pele e problemas gastrointestinais em comparação aos homens, em parte devido à necessidade de cuidar de familiares doentes.

No Sudão, onde ocorre uma das maiores crises de deslocamento interno do mundo, mais de 10,7 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas. Dentre elas, 1,2 milhão são mulheres grávidas e lactantes, que enfrentam risco de desnutrição em 2024. Em Zamzam, na região de Darfur do Norte, 40,8% da população já sofre de desnutrição aguda, aumentando o risco de complicações graves de saúde. No Afeganistão, a situação é igualmente alarmante, com 24 mulheres morrendo diariamente durante o parto.
 

A situação exige atenção urgente das autoridades e da comunidade internacional para garantir que os direitos e a saúde das mulheres sejam priorizados em tempos de crise. Fonte: ONU


Notícias Relacionadas »
Comentários »