A bebê de 11 meses que foi afogada em uma bacia pela mãe, de 31 anos, morreu nesta quinta-feira (9). O afogamento aconteceu no dia 3 de setembro do ano passado em São Gabriel do Oeste, a 133 quilômetros de Campo Grande, quando a bebê foi encontrada dentro de uma bacia de água com a cabeça virada para baixo.
Desde a época do crime, a mãe da bebê está presa. A bebê precisou ser internada duas vezes devido ao afogamento. A última delas foi em novembro, quando teve uma piora em seu quadro de saúde. Assim, a menina ficou no Hospital Regional, em Campo Grande, tratando de uma pneumonia.
Contudo, nesta quinta-feira (9), a bebê não resistiu e foi a óbito, segundo afirmou sua avó ao Jornal Midiamax. Em suas redes sociais, a familiar lamentou a partida precoce da neta. “Hoje o céu vai brilhar mais forte, pois ganhou uma nova estrelinha. A despedida sempre é dolorosa, mas eu sei que você está bem melhor agora…te amarei para sempre”, escreveu a avó da bebê.
Bebê passou Natal em São Gabriel do Oeste
No período em que estava sob cuidados médicos, a avó da bebê não saiu de seu lado. Lúcia* precisou abandonar o emprego para oferecer à neta os cuidados necessários, 24 horas por dia. Assim, em todos esses meses contou com a ajuda de terceiros para se manter em Campo Grande, já que não conseguiu nenhum auxílio do governo.
Com isso, a esperança de levar a neta para casa antes das festas de fim de ano era o que motivava Lúcia*. Esse era seu pedido de Natal, sempre em suas orações. Naquele dia 20 de dezembro, o desejo foi atendido, quando a bebê recebeu alta pela equipe médica.
“Vamos poder passar o Natal em casa. É o primeiro aniversário dela, o primeiro aninho em casa. A gente estava com uma expectativa muito grande sobre isso, e graças a Deus os médicos conseguiram controlar as convulsões e a febre”, contou a avó, emocionada.
Não só a avó estava ansiosa com a volta de Mariana* para a casa, como as irmãs da menina. Assim que souberam da notícia, já se apresaram para montar a árvore de Natal e deixar tudo preparado para receber a bebê em casa.
“O quartinho dela já está arrumadinho, as coisas estão arrumadas. Está tudo prontinho para receber ela. As irmãs dela já estão aqui em São Gabriel do Oeste. Estão apreensivas, e vamos montar a árvore de Natal”, contou a avó.
No dia 18 de setembro, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou a mãe da bebê e o Judiciário recebeu a denúncia. E em 14 de outubro, a defesa – representada pela Defensoria Pública – apresentou resposta à acusação.
A defensoria pediu a relativização do prazo para arrolar testemunhas, visto que não houve contato direto da defesa com a acusada. “De modo a permitir que esta indique outras testemunhas, se assim o desejar”, requereu.
Por fim, a defesa também se manifestou sobre a suspeita de problemas psiquiátricos que acometem a acusada, apontados durante as investigações. “Requer a instauração de incidente de insanidade mental, em respeito à regra dos artigos 149 e seguintes do Código de Processo Penal”, solicitou a Defensoria.
Afogamento da bebê
De acordo com informações passadas à PM (Polícia Militar) pela avó da bebê, no dia 3 de setembro, ela saiu por alguns instantes, deixando a filha sentada na varanda da casa e a bebê dormindo em um quarto. Ao retornar, a mulher percebeu que a filha estava no mesmo lugar.
No entanto, ao entrar no quarto, não viu a neta. Ela foi procurar pela bebê e a encontrou dentro de uma bacia com água, com a cabeça virada para baixo. Em desespero, a avó saiu correndo com a bebê no colo, pedindo ajuda.
Ela e a bebê foram levadas para o hospital da cidade e, em seguida, a criança foi transferida para a Santa Casa de Campo Grande. Antes da transferência, a bebê sofreu uma parada cardiorrespiratória e teve de ser entubada.
A polícia prendeu a mãe da bebê em flagrante e ela confessou o crime. Ela afirmou ser usuária de drogas e disse que estava brincando com a filha na cama. Quando a avó saiu, ela resolveu afogar a criança.
Ela ainda afirmou que estava brigando muito com sua mãe, que a havia mandado embora. A autora contou também que sua filha é cardiopata e, como ela tem problemas com drogas e psiquiátricos, achou que não conseguiria cuidar da bebê. Assim, sem condições de cuidar da criança, resolveu dar fim à vida da filha.