Inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a dizer nesta segunda (24) que vai disputar as eleições em 2026 para Presidência da República". "Só eu morto, você vai saber quem vai ser o outro candidato", afirmou.
O que aconteceu
Bolsonaro disse que a eleição sem sua candidatura é uma "negação da democracia". As declarações foram dadas durante entrevista à Rádio CBN Recife. O ex-presidente está inelegível até 2030 após ser condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder político.
Para Bolsonaro, qualquer liderança da direita tem chance de vencer Lula em 2026. O ex-presidente ponderou, entretanto, que não lançou nenhum nome ao ser questionado sobre Ronaldo Caiado (União) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). Caiado anunciou pré-candidatura no final de semana e Tarcísio nega que vá disputar o cargo.
O ex-presidente disse que faltam nomes alternativos na esquerda e afirmou que a direita "plantou" lideranças pelo Brasil. "Você não vê nome na esquerda. Se o Lula se aposentar hoje, não tem um substituto para ele, teria o posto dele que é o Taxad [apelido pejorativo para o ministro Fernando Haddad]. Ninguém além disso aí, mas não agrega valor eleitoral no Brasil como um todo", avaliou.
"Essa possível prisão, se ocorrer, será por arbitrariedade", afirmou Bolsonaro. O ex-presidente voltou a criticar a investigação contra ele por tentativa de golpe de estado e também a possibilidade do seu caso ser analisado pela Primeira Turma do STF e não pelo plenário. Na semana passada, a PGR denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas.
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Delação de Cid foi tortura, diz Bolsonaro
Ao ser questionado se perdoava Cid pela delação, o ex-presidente disse ter conhecimento do "momento que ele está passando". "Peço a Deus para dar paz a ele, acredito na minha consciência e tenho bons advogados", afirmou.
Bolsonaro criticou os áudios dos militares revelados pela TV Globo no domingo (23). Segundo ele, sua defesa não teve acesso ao material. Para o ex-presidente, o tempo para seus advogados apresentarem uma resposta ao STF é curto — são 15 dias. Defesa chegou a pedir 83 dias, mas o pedido foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Nos áudios, militares, manifestantes e Cid falam, por exemplo, do conhecimento de Bolsonaro sobre a minuta do golpe.
"Hoje, ele mexeu naquele decreto, reduziu bastante, fez algo muito mais direto, objetivo e curto. E limitado, né?", diz o ex-ajudante de ordens em áudio enviado ao então comandante do Exército, general Freire Gomes. Os áudios corroboram com o que Cid disse em sua delação.
Advogado de Bolsonaro já afirmou que vai pedir a anulação da delação de Mauro Cid.Defesa vai tentar demonstrar que não houve participação de Bolsonaro no plano de golpe. Ex-presidente já classificou a denúncia da PGR de precária e incoerente.
Fonte: UOL.