Acusado por estupro e morte de mãe e três filhas é condenado a 225 anos de prisão

Gilberto Rodrigues dos Anjos foi sentenciado por crimes brutais contra Cleci Calvi Cardoso e suas filhas; Miliane, Manuela e Melissa

Gazeta Rondônia
07/08/2025 20h32 - Atualizado há 7 horas

O Tribunal do Júri condenou nesta quinta-feira (7) Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 34 anos, a 225 anos de reclusão em regime fechado pelo crime brutal contra Cleci Calvi Cardoso, 46, e as três filhas dela, Miliane, 19, Manuela, 12, e Melissa, 10, que ficou nacionalmente conhecido como a “Chacina de Sorriso”. O julgamento ocorreu na 1ª Vara Criminal de Sorriso (a 400 km de Cuiabá) e durou cerca de 10 horas, sob o comando do juiz Rafael Deprá Panichella.

A sentença prevê o início imediato do cumprimento da pena em regime fechado, sem possibilidade de liberdade provisória. Segundo o veredicto, Gilberto foi condenado por estupro, estupro de vulnerável e feminicídio, sendo que em todos os casos foram reconhecidas qualificadoras que aumentaram as penas. Para Cleci e Miliane, a condenação incluiu feminicídio triplamente qualificado com causa de aumento, além de estupro de vulnerável.

Já no caso de Manuela, foi aplicado feminicídio quadruplicemente qualificado, com causa de aumento, e estupro de vulnerável. Melissa, por sua vez, foi vítima de feminicídio com cinco qualificadoras e causa de aumento, resultando em penas mais severas. Durante os debates, o promotor Luis Fernando Rossi Pipino classificou o julgamento como emblemático e pediu uma condenação exemplar.

Ele destacou que o réu “apagou cada estrelinha daquela casa” e roubou “229 anos de vida das vítimas”. O promotor apelou para que os jurados fizessem justiça “com os olhos da alma” por Cleci, Miliane, Manuela, Melissa e todas as “estrelas apagadas na terra, mas que brilham no céu”.

O advogado assistente de acusação, Conrado Pavelski Neto, reafirmou que as provas são contundentes, exibindo até trecho do vídeo em que o réu confessa os estupros na delegacia, evidenciando a brutalidade do crime. Pavelski ressaltou o empenho da Polícia e da Perícia e pediu perdão à família pelo que não foi possível evitar.

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A defesa, representada pelos defensores públicos Ewerton Júnior Martins Nóbrega e Claudiney Serrou, reconheceu a gravidade dos crimes e não pediu penas mínimas, mas levantou dúvidas quanto aos laudos técnicos sobre os crimes sexuais, sugerindo que alguns estupros possam ter ocorrido após a morte das vítimas, hipótese contestada pela acusação.

O crime brutal aconteceu na madrugada de 24 para 25 de novembro de 2023, em Sorriso. Gilberto, pedreiro que trabalhava em uma obra ao lado da casa das vítimas, invadiu a residência pela janela do lavabo. A mãe e as filhas foram agredidas e estupradas — com a menor, Melissa, asfixiada após presenciar a cena.

A perícia identificou material genético do réu nas vítimas e diversas marcas no local. O criminoso confessou os atos com uma “tranquilidade assustadora”, segundo o delegado Bruno França Ferreira, responsável pela investigação.

O delegado ainda destacou que Gilberto tentou apagar vestígios, chegou a lavar as mãos e esconder roupas íntimas das vítimas, que foram encontradas como “troféus” em sua posse.

Ele foi preso dois dias após o crime, em 27 de novembro, e desde então está na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.

Fonte: HNT Notícias.


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