Em Rondônia, Policiais Militares são denunciados por agiotagem e ameaças a famílias

Gazeta Rondônia
07/08/2025 22h54 - Atualizado há 8 horas

O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) denunciou 16 pessoas por agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro, entre eles policiais militares. Eles são acusados de integrar um "grupo de cobrança" que usava violência para extorquir dinheiro e bens de vítimas envolvidas em um esquema de agiotagem.

Segundo o MP-RO, o grupo fazia empréstimos ilegais com juros abusivos. Quando os valores não eram pagos, os policiais eram enviados para cobrar e agiam de forma extremamente agressiva, utilizando armas de fogo, ameaças e violência física para forçar as vítimas a pagar empréstimos.

A denúncia foi apresentada no dia 6 de agosto e inclui acusações de:

  • Constituição de organização criminosa
  • Usura (44 vezes)
  • Extorsão (81 vezes)
  • Lavagem de capitais

As vítimas eram pessoas vulneráveis e muito endividadas, muitas delas afetadas pela pandemia. Há também relatos de que familiares e até crianças sofreram ameaças e constrangimentos durante as cobranças.

O Ministério Público quer que os acusados paguem uma indenização mínima para compensar os prejuízos das vítimas.

Clique aqui para seguir o canal do portal Gazeta Rondônia no whatsapp

Eles calcularam três tipos de valores:

  • R$ 126 mil para cobrir os danos materiais (como dinheiro perdido ou bens tomados);
  • R$ 200 mil para cada pessoa que sofreu danos morais (como humilhação, medo, ameaças);
  • R$ 1,2 milhão por dano moral coletivo, ou seja, pelo impacto que o grupo causou na sociedade.

Esses valores devem ser pagos por todos os envolvidos no esquema, juntos, como forma de reparar o sofrimento das vítimas.

Operação dividida em duas fases

A operação Soldados da Usura teve duas fases. Na primeira fase da operação, em fevereiro, três policiais militares e seis civis foram presos. A Justiça bloqueou mais de R$ 73 milhões em bens, como imóveis, carros de luxo e participação em empresas. Segundo o MP, o grupo chegou a montar uma draga no Rio Madeira para esconder o dinheiro obtido com os crimes.

Mesmo após a prisão de alguns líderes na primeira fase da operação, outros integrantes seguiram com as cobranças ilegais. A segunda etapa da ação aconteceu em Porto Velho e Buritis. Foram bloqueados bens, veículos e valores que somam mais de R$ 2,7 milhões.

A denúncia foi enviada à 1ª Vara Criminal de Porto Velho. Os acusados serão chamados para se defender e o processo seguirá até o julgamento.

Fonte: G1.

 


  • Ir para GoogleNews
Notícias Relacionadas »