Ministério Público pede a suspensão dos salários de Bolsonaro e outros militares condenados por tentativa de golpe

Primeira Turma do STF condenou os oito réus do 'núcleo crucial' da trama golpista, salários são de até R$ 38 mil

Gazeta Rondônia
13/09/2025 05h14 - Atualizado há 7 horas

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) pediu nesta sexta-feira (12/9) a suspensão imediata da remuneração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros militares condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.  

Além de Bolsonaro, os generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, o almirante Almir Garnier e o tenente-coronel Mauro Cid fazem parte desse núcleo.

Mesmo condenados à prisão, os seis continuam com suas patentes e mantêm seus salários de até R$ 38 mil. 

Na representação, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado alega que a manutenção dos pagamentos viola os princípios da moralidade administrativa e da eficiência.  

“Tal situação é incompatível com os princípios da moralidade administrativa e da razoabilidade, além de representar um paradoxo jurídico e ético, pois o Estado continua financiando indivíduos que atentaram contra sua própria existência e os valores democráticos que deveria proteger”, diz o documento. 

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“Na prática, o Estado está despendendo recursos públicos com a remuneração de agentes que tramaram a destruição desse próprio Estado, para instaurar uma ditadura. Para além do aspecto econômico, o cerne da questão envolve a moralidade pública”, continua o texto. 

Bolsonaro e outros sete réus foram condenados na quinta-feira (11) pela Primeira Turma do STF por crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.  

A perda da remuneração só acontece após decisão do Superior Tribunal Militar (STM), que deve analisar a perda da patente e do soldo, em processo próprio. Eles devem responder por “indignidade para o oficialato”, quando um militar comete crimes que violem a honra, o decoro e os valores éticos e morais de seu ofício. 

Na representação, Furtado solicita que o TCU determine, em caráter cautelar, a suspensão de qualquer pagamento aos militares e demais agentes públicos que recebam qualquer tipo de remuneração oriunda dos cofres públicos (inclusive via Fundo Partidário), até a decisão final do TCU sobre essa matéria. 

No caso de Alexandre Ramagem e Anderson Torres, a decisão do STF já determinou a perda dos cargos de delegados da Polícia Federal (PF). 

Fonte: O Tempo.


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