Mercúrio ilegal na Amazônia expõe Rondônia ao centro de uma crise ambiental e humanitária

Gazeta Rondônia
02/11/2025 23h12 - Atualizado há 1 semana

O relatório “Mercúrio na Amazônia: redes criminosas transnacionais, vulnerabilidade socioambiental e desafios para a governança”, produzido pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), lança luz sobre a atuação de redes criminosas que utilizam o mercúrio contrabandeado para abastecer garimpos ilegais, com destaque para a fronteira entre Bolívia e Rondônia como uma das principais rotas de entrada do metal no Brasil .

Segundo o estudo, o fluxo ilícito de mercúrio vindo da Bolívia tem sustentado a mineração ilegal de ouro em áreas protegidas da Amazônia, incluindo terras indígenas e unidades de conservação. A rota que passa por Guajará-Mirim (RO) é citada como um dos pontos críticos de internalização do metal, utilizado amplamente em garimpos clandestinos que operam na região do Madeira e em territórios indígenas nos estados de Rondônia, Amazonas e Roraima.

Além de alimentar o crime organizado e o desmatamento, o uso indiscriminado de mercúrio está causando danos severos à saúde pública e aos direitos humanos. O relatório aponta níveis alarmantes de contaminação entre povos indígenas e ribeirinhos, com concentrações de mercúrio até dez vezes superiores aos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os efeitos incluem danos neurológicos, doenças renais, alterações cardiovasculares e riscos à gestação.

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A ABIN alerta que o problema vai além das fronteiras ambientais: trata-se de uma ameaça direta à soberania nacional e à segurança pública. Em Rondônia, as rotas ilegais de abastecimento cruzam regiões vulneráveis e de difícil fiscalização, tornando urgente a cooperação entre órgãos federais, estaduais e municipais para conter o avanço das redes criminosas e proteger as populações afetadas.

Para o Ministério do Meio Ambiente, enfrentar o contrabando de mercúrio é essencial para o combate à mineração ilegal e para garantir os direitos fundamentais dos povos da Amazônia. O documento reforça que a proteção ambiental e a segurança pública precisam caminhar juntas, com foco na governança territorial e na aplicação efetiva da Convenção de Minamata, tratado internacional que busca eliminar o uso do mercúrio em atividades produtivas.

O relatório completo está disponível em:

https://drive.google.com/file/d/1RsXxr16mAQMNWcwwHBfkPt7n_yKR6-2c/view?usp=sharing

https://publicacoes.forumseguranca.org.br/handle/123456789/284

Fonte: Forumseguranca.org.br


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