O Governo de Rondônia, por meio da Superintendência Estadual da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), vai comemorar o Dia da Mulher Negra, no próximo dia 25 de julho, com a realização do 1º Prêmio Tereza de Benguela. A atividade, prevista para acontecer de 18h às 22h no Teatro Rio Guaporé, visa promover um intercâmbio entre a comunidade acadêmica e os agentes desenvolvedores e criadores de atividades artísticas e culturais no estado de Rondônia.
De acordo com o técnico encarregado pelos assuntos referentes ao Patrimônio Histórico e Cultural da Sejucel, o doutor em Ciência Política Alécio Valois Pereira de Araújo, “a proposta é agregar ao evento o Movimento Negro Organizado de Rondônia, setores da sociedade civil, escolas e entidades governamentais vinculadas às questões culturais e de populações tradicionais. E, dessa forma, trabalhar as questões ligadas aos processos de formação cultural do Estado de Rondônia e a valorização das mulheres de origem afro, que formam uma parte significativa da população negra de Rondônia”.
DIA DA MULHER NEGRA
O Dia da Mulher Negra, celebrado em 25 de julho, foi instituído pelo Governo Federal, pela Lei nº 12.987/2014. Em Rondônia, a data valoriza a “Memória de Tereza de Benguela” e o “Dia da Mulher Negra”, por meio da Lei nº 4.266/2018, que reconhece Tereza de Benguela como guardiã da cultura dos afrodescendentes no Estado de Rondônia. “Tereza de Benguela era líder quilombola que viveu no vale do Guaporé na antiga capitania do Mato Grosso e Cuiabá, no século XVIII, tendo liderado o Quilombo do Quariterê ou Piolho. Essa nos faz refletir sobre os papéis desempenhados por mulheres negras na construção de uma sociedade brasileira cuja cultura seja pautada na tolerância, tendo em vista que, desde a escravidão até os dias atuais, se faz necessária a celebração das conquistas culturais, convidando os participantes à reflexão sobre o lugar da mulher negra na sociedade”, salienta Alécio Valois.
TEREZA DE BENGUELA
Em Rondônia, uma grande parcela da população negra é constituída por descendentes de remanescentes quilombolas provenientes do Vale do Guaporé. Representam uma importante parcela da sociedade nacional, trabalhando, produzindo e gerando riquezas, mantendo importantes tradições culturais e lutando pelo estabelecimento de maior igualdade social. No caso da História Regional destaca-se a Rainha Quilombola Tereza de Benguela, que no século XVIII, estabeleceu seu Quilombo do Quariterê às margens do rio Galera, afluente do rio Guaporé. Ao longo do século XX mulheres negras de origem Barbadiana e Caribenha, destacaram-se como uns dos primeiros grupos nacionais de enfermeiras negras, atendendo, a princípio, no Hospital da Candelária e ainda hoje suas descendentes atuam na cultura e na formação profissional em Porto Velho.
PRÊMIO
No Dia da Mulher Negra, 15 mulheres negras notáveis por seus trabalhos em prol da construção de uma cultura de paz, tolerância e igualdade racial vão receber a Comenda Tereza de Benguela, com a criação do 1º Prêmio Tereza de Benguela oferecido pela Sejucel como um Tributo a Memória de Tereza de Benguela e o Dia da Mulher Negra. Cinco dessas mulheres negras serão escolhidas pelo poder público, 5 pelo Conselho Estadual de Política Cultural e outras 5 pelo Conselho Estadual da Promoção da Igualdade Racial (Cepir-RO). Fonte: SECOM