Ao menos 2,4 mil jovens de 15 a 19 anos foram assassinados em Rondônia entre 2009 e 2019, segundo dados inéditos divulgados nesta semana pelo Atlas da Violência.
Os dois anos com mais homicídios de adolescentes e jovens são 2015 e 2016, com 261 vítimas mortas em cada ano, respectivamente.
O Atlas da Violência indica ser um fator global que homens adolescentes e jovens entre 15 e 29 anos são os que mais apresentam risco de serem vítimas de homicídios e "os fatores estruturais que causam a mortalidade violenta são os conflitos frutos da ação do crime organizado e das mortes decorrentes do uso de armas de fogo".
Abaixo, veja o número de homicídios de jovens a cada ano e a taxa de mortalidade:
Mesmo com o número de 2,4 mil assassinatos de jovens na década, a variação observada na série histórica aponta para uma queda acumulada na taxa de mortalidade violenta juvenil no estado.
Em Rondônia houve uma redução de 33,3% na letalidade de adolescentes e jovens entre 2009 e 2019.
No entanto, para especialistas de segurança pública, "a tragédia da juventude perdida continua se apresentando como um problema endêmico".
Homens são os mais assassinados
O Atlas também indica que em Rondônia, assim como no país, a característica mais marcante da letalidade juvenil é o sexo, pois, em média, mais de 80% das vítimas em Rondônia são do sexo masculino.
Em 2016, por exemplo, dos 261 assassinatos de jovens entre 15 e 19 anos, 246 eram homens (uma taxa de 98% por 100 mil jovens homens).
Especialistas da violência urbana têm um consenso de que são os homens tanto as principais vítimas como os principais autores de violência letal em todo o mundo.
Em 2016, taxa de mortalidade juvenil de homens foi de 98% — Foto: Reprodução
A menor taxa de homicídios entre adolescentes foi em 2019, com 55,9%. Porém, o número de assassinatos em 2019 pode ser maior, pois houve aumento de mortes violentas por causa indeterminada naquele ano.
O número de mortes violentas sem causa determinada subiu 326% em Rondônia entre 2014 e 2019. Foram 171 vítimas no estado em um período de seis anos.
O estudo foi feito com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) com bases nos atestados de óbito, ambos do Ministério da Saúde.
O Atlas aponta também que a letalidade juvenil permanece em um cenário constante e sem perspectiva de mudança a curto ou médio prazo. Fonte: G1