O fato aconteceu no dia 10, uma quinta-feira do mês passado, no bairro Lageado em Campo Grande (MS), mas só foi descoberto dois dias depois (no dia 12) quando a sogra foi fazer faxina no quarto da nora e encontrou o corpo enrolado numa toalha.
Só agora o depoimento da família foi divulgado. A mulher falou à delegada Elaine Benicasa, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), nem o marido, nem os parentes sabiam da gravidez. Conforme a gestação avançava e a barriga crescia, ela dizia que se tratava de um cisto no ovário.
À polícia, a jovem contou que não queria o bebê por não se sentir preparada, pois tal situação mudaria muito a sua vida, além de não ter condições financeiras para criar uma criança. Indagada se a gestação era fruto de uma relação extraconjugal, ela negou. O bebê, segundo a delegada, nasceu de aproximadamente 8, 9 meses, já formado.
Parto - Segundo depoimento da mulher, no dia em que teve o bebê, um menino, entrou em trabalho de parto após o marido sair para trabalhar. A criança nasceu no período da tarde. Ela mesma cortou o cordão umbilical. Na sequência, colocou o filho numa cômoda e, depois de um tempo, ao perceber que o bebê não se mexia, não abria o olho, nem respirava, colocou várias roupas em cima dele para o esconder.
A criança, segundo apontou o laudo necroscópico, nasceu com vida e morreu por asfixia. A suspeita inicial, explicou a delegada, é de que o bebê tenha nascido com as vias áreas obstruída e se afogado com o líquido amniótico. "Ele pode ter se engasgado com líquido por falta de socorro após o parto", disse a delegada.
No fim do dia, o marido voltou e não desconfiou de nada. O casal dormiu por duas noites com o corpo do recém-nascido em casa. O caso só foi descoberto, quando a mulher começou a ter sangramentos e, com desculpa de que era por causa do cisto, foi levada ao médico pelo marido. A sogra, então, foi limpar o quarto e ao sentir o mau-cheiro encontrou o corpo da criança enrolado numa toalha.
Segundo a delegada, a mulher apresenta quadro de depressão, chorou bastante durante todo o depoimento e negou que tivesse tomado remédio para abortar. O marido da jovem também foi ouvido e afirmou que não sabia da gravidez. Depois que o fato veio à tona, o casal se separou. O caso segue sob investigação da delegacia. A mulher vai responder por homicídio qualificado com duas qualificadoras: uma pela vítima ser criança e, a outra, por omissão de socorro.
Relembre - A sogra de 41 anos encontrou o corpo do recém-nascido enrolado em uma toalha ao fazer faxina no quarto. À polícia, parentes contaram que ninguém sabia ou desconfiava que a jovem estivesse grávida.
Em depoimento à polícia, a sogra disse que antes de ser internada por passar mal em casa, a jovem pediu para que ela fizesse a limpeza da residência. Ao chegar no local, por volta das 13 horas do dia 12 do mês passado, a mulher encontrou o corpo do bebê e ligou para a polícia. A jovem foi internada no Hospital Regional com retenção de placenta. (Campo Grande News) Imagem ilustrativa.