Sete pessoas morreram após um avião cair em Piracicaba (SP) na manhã desta terça-feira (14). A aeronave caiu em uma área de mata no bairro Santa Rosa e, com a explosão, um incêndio teve início no local.
Segundo o Corpo de Bombeiros, no avião bimotor modelo King Air B200, ano 2019, prefixo PS-CSM, estavam o sócio da Raízen Celso Silveira Mello Filho, 73 anos, sua esposa Maria Luiza Meneghel, 71 anos, e os 3 filhos do casal: Celso Meneghel Silveira Mello, 46 anos, Camila Meneghel Silveira Mello Zanforlin, 48 anos, e Fernando Meneghel Silveira Mello, 46 anos. Também morreu o piloto Celso Elias Carloni, 39 anos, e o copiloto Giovani Dedini Gulo, 24 anos.
As vítimas foram carbonizadas e morreram no local. O Corpo de Bombeiros já localizou os sete corpos, segundo a Prefeitura de Piracicaba, e aguarda a conclusão da perícia para liberação.
Em nota, a empresa Raízen confirmou a morte do empresário Celso Silveira Mello Filho e família. "Celso era acionista e irmão do presidente do Conselho de Administração da companhia, Rubens Ometto Silveira Mello."
Segundo a empresa, também estavam no avião a esposa de Celso, Maria Luiza Meneghel, seus três filhos, Celso, Fernando e Camila, o piloto Celso Elias Carloni e o copiloto Giovani Gulo.
Segundo a Prefeitura de Piracicaba, a queda da aeronave aconteceu cerca de 15 segundos após a decolagem, em uma plantação de eucaliptos. A causa do acidente ainda é investigada.
Após atingir alguns eucaliptos durante a queda, a aeronave explodiu e teve início um incêndio na mata ao lado da Fatec. O combustível da aeronave espalhou pela área e os bombeiros foram acionados para controlar as chamas.
Equipes policiais e o Corpo de Bombeiros foram deslocadas para o local e a área foi isolada para a perícia. A equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), chegou por volta de meio-dia para apurar a queda do avião.
A Prefeitura de Piracicaba informou que montou uma força-tarefa reunindo várias secretarias municipais e Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), para ajudar no resgate e para conter as chamas que se alastraram pela vegetação, após a explosão do avião. (Veja abaixo a reportagem completa sobre o acidente)
Cerca de 100 pessoas foram mobilizadas no local para auxiliar na ocorrência, segundo a administração. O prefeito Luciano Almeida (DEM) foi até o local e se pronunciou sobre o acidente.
"Pessoal muito querido, amigos pessoais, do meu pai principalmente. Pessoas que eu tenho um apreço muito grande e infelizmente nós tivemos essa tragédia inexplicável. Uma aeronave novíssima, tinha acabado de sair da revisão ontem, um dos aviões mais seguros desse mundo. É um dia muito triste para Piracicaba."
Logo após o acidente, o prefeito decretou luto oficial de três dias no município pelas mortes dos ocupantes do avião.
A área permanece isolada para a perícia. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), informou em nota que foi acionado e vai fazer uma "ação inicial" no local.
Nessa ação os investigadores identificam indícios, fotografam cenas, retiram partes da aeronave para análise, ouvem relatos de testemunhas e reúnem documentos. O objetivo, segundo o órgão, é prevenir que novos acidentes com características semelhantes aconteçam.
O acidente será investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da FAB.
O Registro Aeronáutico Brasileiro, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aponta que o avião acidentado tratava-se de um bimotor modelo B200GT, conhecido como King Air, fabricado em 2019 pela Textron Aviation. O avião tem capacidade para piloto, co-piloto e mais seis passageiros.
A aeronave era operada pela CSM Agropecuária, de propriedade de Celso Silveira Mello Filho. O certificado de verificação de aeronavegabilidade do avião estava dentro da validade (até 13 de setembro de 2022).
Um funcionário do aeroporto de Piracicaba informou à EPTV, afiliada da TV Globo, que o avião tinha chegado nesta segunda-feira (13) da revisão, estava pronto para decolar e em ótimo estado.
Explicou também que o avião era turboélice, que é quando funciona a querosene. Essa tecnologia, segundo o profissional, torna o avião mais potente e seguro.
Comandante de uma linha aérea e especialista na área de aviação, Rui Lange explicou que imagens que flagraram a queda, perícia do local do acidente e destroços são alguns dos fatores que devem ser levados em conta durante a apuração da polícia e do Cenipa.
"Basicamente é coleta de dados, informações e pela análise dos destroços. Os especialistas, só de olharem o estado de uma hélice sabem dizer se este motor estava virando ou estava sem potência. Então, é fundamental que as equipes consigam colher o maior número de dados possíveis analisando destroços e, consequentemente, junto com as imagens, vão conseguir chegar a um resultado", detalhou.
De acordo com ele, a aeronave pode transportar de oito a dez pessoas, incluindo piloto e co-piloto, e é conhecida por sua versatilidade.
"Esse avião é excelente. É muito versátil. É um avião que tem boa autonomia, boa potência, ainda mais esse envolvido no acidente, fabricado em 2019, é um avião muito novo. Então, as investigações vão dizer o que ocorreu com essa aeronave. E nesse caso tem muitas imagens do acidente que vão auxiliar as equipes chegar à causa", acrescentou.
De acordo com ele, este avião também tem como característica a possibilidade de operar em pistas despreparadas. "É muito recomendado para quem tem fazendas, agropecuária, esse tipo de atividade utiliza muito esse tipo de avião. [...] Ele opera em pista curta também e ela pode ser uma pista não pavimentada. Ele tem essa facilidade que às vezes um jato não tem". Fonte: G1