26/09/2021 às 10h07min - Atualizada em 26/09/2021 às 10h07min

SUPERAÇÃO: Conheça a história de Taiz, paraplégica e mãe de dois filhos com deficiência visual

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Hoje vamos contar a história da guerreira Taiz Aparecida da Silva. Ela é paraplégica e mora no Bairro Pinheirinho, em Francisco Beltrão, no estado do Paraná, com seus dois filhos, o Ricardo Cezar Fabris e o Jean Carlos Fabris.

Taiz nasceu dia 20 de setembro de 1976, na Comunidade do Rio Erval, Km 8, em Francisco Beltrão. Com 15 anos Taiz se casou e um ano depois nasceu o filho Ricardo, com deficiência visual. Com 17 anos ela teve o segundo filho, o Jean, que também nasceu com deficiência visual e intelectual.


Taiz sempre foi religiosa e de muita fé, encarou essa dificuldade com muita coragem e determinação. Deixou seus sonhos de lado e se dedicou completamente a seus filhos. Ela diz “não me arrependo de nada, se precisar faço tudo de novo”.

Taiz sempre lutou e nunca desistiu para ver seus filhos curados. Todo mês levava eles pra Curitiba, onde fazia tratamentos, exames e consultas. Mas o caso de seus filhos é muito complicado. No dia 29 de agosto 2006, Taiz e Jean retornavam de Curitiba, de mais uma consulta; no trajeto entre Irati e Prudentópolis, a ambulância que eles viajavam perdeu o controle e se chocou de frente com um barranco de pedras. Taiz e Jean estavam no banco da frente e com o impacto foram arremessados para fora, saíram pelo para-brisa. A sorte que Taiz estava abraçada em Jean, isso salvou a sua vida; ele teve alguns ferimentos, mas nada grave. Já Taiz bateu em cheio as costas nas pedras. Imediatamente, foi levada para o hospital Santa Tereza, em Guarapuava, ficou oito dias na UTI.

A pancada afetou sua coluna deixando-a paraplégica. Quando recebeu a notícia que não iria mais poder andar, seu chão “sumiu”. Taiz entrou em desespero e só chorava, sua maior preocupação naquele momento era de como ela iria fazer para cuidar dos filhos. Em casa, ficou por várias semanas só deitada e chorando, com muita dor, sem saber o que fazer.

Taiz sempre foi devota a Nossa Senhora de Aparecida. Uma manhã, ela acordou e disse: “Engole o choro, chega, essa piazada precisa de mim”. Então com muita fé e coragem encarou a realidade de frente e nunca mais pensou em desistir. Desse dia em diante, começou a se preparar psicologicamente e fisicamente e, com muito otimismo, começou a se adaptar à cadeira de rodas.

Dois anos após ter sofrido o acidente, ela ganhou uma viagem viabilizada pelo professor Flávio Arns, que hoje é senador. Taiz foi fazer um tratamento no hospital Sarah Kubitschek, em Brasília. Voltou de lá com o físico e psicológico renovado e com mais vontade ainda de vencer.

Em fevereiro deste ano seu casamento de 27 anos chegou ao fim. Taiz diz que não deu mais certo, mas sempre será muito grata ao seu ex-marido, pois nos momentos difíceis que passaram ele sempre ficou ao seu lado e de seus filhos, ajudando no que precisasse.

Hoje o Ricardo está com 28 anos, é muito inteligente e descontraído e se tornou um ótimo gaiteiro. Desde 2016 trabalha na empresa Latco, no setor administrativo. Todos os dias ele vai e volta com o seu tio André Morais.

VEJA O RICARDO CÉZAR TOCANDO SUA GAITA



O Jean precisa de cuidados 24 horas. “Eu sou uma dona de casa normal, a diferença é que uso uma cadeira de rodas.” Ela lava roupa, limpa a casa, faz comida, consegue sozinha dar banho no Jean, troca as fraldas dele, faz a barba e escova seus dentes. Faz tudo isso com muita habilidade e rapidez.

Taiz pega sua cadeira motorizada e vai para qualquer lugar fazer seus negócios. Na lotação, ela é muito querida por todos, já conquistou vários amigos. Taiz sempre foi apaixonada pela cultura gauchesca. Ela agradece aos CTGs Recordando os Pagos, Herdeiros da Tradição e Rancho Crioulo, pois doaram a cadeira motorizada. Taiz agradece tambem aos fotógrafos Rafael Mello e a Thais Antunes Pinto, que fizeram vários books, deixando-a feliz e confiante.

Taiz tem vários sonhos e logo vai começar a pôr em prática. O primeiro é fazer sua carteira de motorista, para poder levar seus filhos passear e depois comprar um carro. Também pensa em fazer enfermagem. “Isso tudo no seu tempo”, diz Taiz. Ela sempre recebe muitas visitas de amigos e parentes, que sempre ajudam, principalmente sua mãe Adenir. Seu pai Jordaci é falecido há anos.

Taiz finaliza: “Eu sou os olhos do Ricardo, o Ricardo é as minhas pernas, e eu e o Ricardo somos os olhos e as pernas do Jean”.


Fonte: Jornal de Beltrão.


 

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