30/09/2021 às 20h28min - Atualizada em 30/09/2021 às 20h28min

Presa por tráfico, filha de ex-deputado tem prisão domiciliar negada

Gazeta Rondônia

A 2ª Vara Criminal de Vilhena (RO) negou um pedido de prisão domiciliar a Natielly Karlailly Balbino, suspeita de integrar uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas. Natielly, de 35 anos, é filha do ex-deputado Nilton Capixaba e foi presa há duas semanas na Operação Carga Prensada, da Polícia Federal (PF).

Na operação, a PF sequestrou 150 veículos (entre Land Rover, BMW e Camaro), aeronave, lancha e imóveis comprados com o dinheiro ilícito do tráfico. Segundo investigação, os membros da quadrilha enviavam grandes quantidades de cocaína de Rondônia para outros estados, usando caminhões ou veículos de grande porte.

Ao todo, 45 mandados de prisão foram cumpridos no dia 15 de setembro, entre eles o de Natielly. Ela foi localizada em Cacoal (RO) e presa temporariamente. Após a prisão, a defesa de Natielly entrou na justiça pedindo que a mesma respondesse o processo em prisão domiciliar.

Para justificar o pedido, Natielly alegou ser mãe de dois filhos de até doze anos de idade que supostamente dependem de seus cuidados. Atualmente, segundo o processo, as crianças estão com a avó materna.

Na decisão que indeferiu o pedido de prisão domiciliar da investigada, o juiz Adriano Lima Toldo destacou que os filhos de Natielly "não estão completamente desassistidos, circunstância indicadora de que sua presença física não é, nesse momento, imprescindível aos cuidados das crianças".

Ainda de acordo com a decisão, o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) prevê a manutenção da prisão cautelar mesmo nas condições em casos excepcionais.

Para o Ministério Público, outro fator para manter a prisão temporária da suspeita é que ela tem um relacionamento (de vínculo conjugal) com outro integrante da organização que é investigada pela PF.

"A liberdade da ora requerente nesse momento da investigação policial lhe confere inteira possibilidade “de ocultar e destruir provas que eventualmente digam respeito à sua participação e dos demais membros nas ações da organização, assim como de aliciar ou intimidar testemunhas que tenham condições de contribuir com a apuração dos fatos", diz a decisão judicial da 2° Vara Criminal.

 

Operação Carga Prensada

 

Além do tráfico, a quadrilha atuava no comércio ilegal de armas de fogo, lavagem de capitais e falsidade ideológica.

Na época da operação foram apreendidos outros objetos em posse dos suspeitos, como jóias de ouro, armas, relógios, computadores, e dinheiro em espécie.

Para lavar o dinheiro do tráfico, os suspeitos usavam uma casa de jogos de fachada, onde, de fato, ninguém era sorteado e os próprios integrantes da quadrilha ficavam com o dinheiro.Segundo a PF, somente o bracelete de ouro de um dos investigados é avaliado em R$ 130 mil.

Todo patrimônio luxuoso adquirido pela quadrilha foi através de crimes, tendo o tráfico de drogas como 'carro chefe' do grupo. Fonte: G1


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