Um adolescente de 15 anos e o avô, 43, foram assassinados após uma suspeita de abuso contra uma criança, na Estrutural (DF). Os autores do crime souberam do possível estupro enquanto estavam em uma festa e saíram em cinco carros buscando o jovem apontado como abusador. Ele foi morto a tiros e o avô esfaqueado.
O caso ocorreu na madrugada de sábado (27), por volta das 3h. A mãe da criança de 7 anos, que teria sido vítima, disse, em depoimento para a polícia, ter visto uma mancha no chão que parecia ser “sangue misturado com esperma”. Segundo ela, também havia sangue na cueca do garoto e ele estava com machucados nas partes íntimas. Perguntado sobre o que tinha ocorrido, ele teria contado que Thiago* tinha o machucado.
A mãe relata que o mesmo garoto tinha estuprado o filho em abril deste ano, mas não houve qualquer tipo de punição, mesmo com denúncias dela na delegacia e no Conselho Tutelar. Ela então foi até um bar onde estava o padrasto do garoto e comentou sobre a suspeita. Havia uma festa no local e a história se espalhou por vários frequentadores, que se revoltaram e, de acordo com ela, a ameaçaram para contar onde Thiago morava.
Pelo menos cinco carros “cheios de pessoas” teriam saído do bar em direção ao endereço apontado pela mulher, todos com os rostos escondidos por camisas, panos e máscaras. Ela alega ainda, no depoimento, que o marido não estava no grupo que foi atrás de vingança e não se lembra de quem estava.
Os criminosos entraram primeiro na casa do avô de Thiago, procurando o adolescente. O homem não quis dizer onde o neto estava e acabou sendo esfaqueado. Levado ao HRG (Hospital Regional do Guará), ele não resistiu aos ferimentos e morreu.
Thiago estava escondido em uma casa na mesma quadra. A residência era de uma vizinha da mãe do adolescente, que abrigou o garoto após a mãe dele pedir proteção para evitar um “acerto de contas”, segundo ela. O grupo de criminosos encontrou a casa onde ele estava e disparou três vezes contra o jovem de 15 anos, que morreu no local.
A 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) investiga o caso. Segundo a delegada Jane Klébia, câmeras de um comércio local de onde o grupo tinha saído serão analisadas para identificar possíveis imagens dos autores. O menino de 7 anos foi encaminhado ao IML para exames de constatação da violência sexual sofrida.
Também houve um pedido de preservação de material biológico de Thiago. De acordo com depoimentos de pessoas ouvidas na delegacia, há a suspeita de que ele pudesse ter alguma deficiência intelectual, mas ninguém soube precisar o diagnóstico. Fonte: R7