O dono de balsa morreu após se afogar no Rio de Contas, em trecho da cidade de Aurelino Leal, no sul da Bahia. A morte de Olivan Alves Mota, de 60 anos, é considerada a 18ª em decorrência das fortes chuvas que atingiram o estado.
A informação foi confirmada pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, Adson Marquesini neste domingo (26).
Também na manhã deste domingo, a prefeitura de Jussiape, na região da Chapada Diamantina, anunciou que uma barragem da região se rompeu e que uma forte enxurrada deve atingir áreas do município, e pediu que moradores busquem lugares mais seguros.
Em pronunciamento nas redes sociais, a prefeitura disse que o cenário pode se tornar muito perigoso, e por isso, pediu para que as pessoas evitem lugares de risco.
Por causa dos estragos, o ministro da Cidadania, João Roma, e o governador da Bahia, Rui Costa, sobrevoaram a região neste domingo.
Segundo Roma, as rodovias federais que cruzam o estado têm 8 pontos totalmente ou parcialmente interditados.
O órgão municipal também informou que o ginásio da Escola Municipal José Mancos Freire foi disponibilizado para famílias desabrigadas.
Na noite do sábado (25), a prefeitura de Itambé, no sudoeste da Bahia, anunciou que uma barragem da região também se rompeu e que uma forte enxurrada deveria atingir áreas do município.
A prefeitura de Iguá já estava em alerta pois o rio transbordou na madrugada deste sábado e havia alagado casas. Ao menos 10 casas desabaram e 200 famílias ficaram desabrigadas, mas não há registro de feridos ou desaparecidos.
Antes do anúncio do rompimento da barragem, alguns bairros de Itambé já tinham registado alagamentos, como o Agenor Novaes, Centro e Sidney Pereira de Almeida. Segundo moradores, foi a maior chuva em 20 anos.
Centenas de famílias estão desabrigadas e desalojadas. A Defesa Civil e prefeitura estão nas ruas fazendo levantamento dos estragos e dando assistência para as famílias desabrigadas. As pessoas estão sendo encaminhadas para colégio do município.
As chuvas que atingem a Bahia desde novembro colocaram 66 cidades em situação de emergência e causaram a morte de 17 pessoas, segundo a Defesa Civil do estado. Ao menos 3,8 mil pessoas ficaram desabrigadas e 10.955 ficaram desalojadas (tiveram que abandonar seus imóveis, mas não necessitaram de abrigo).
Na noite de sábado, moradores de dois bairros de Salvador, Castelo Branco e Sete de Abril, foram orientados a deixar as suas casas por conta do risco de desabamento de imóveis e deslizamentos de terra.
As sirenes de alerta depois que o volume de chuva ultrapassou 150 milímetros em 72 horas (veja no vídeo abaixo). "Tivemos o novembro mais chuvoso dos últimos dez anos e dezembro vai superar todas as expectativas", diz Sósthenes Macedo, coordenador da Defesa Civil de Salvador.
Sirene de alerta para deslizamentos é acionada no bairro de Castelo Branco, em Salvador
As regiões sul e sudoeste do estado são as mais afetadas pelas chuvas. Em Itororó, o número de desabrigados chegou a 200 neste sábado; em Guaratinga, os temporais deixaram 600 pessoas desabrigadas e causaram o desabamento de 58 casas. Além disso, 25 pontes ficaram danificadas, deixando comunidades em isolamento.
"É uma situação de risco, porque agora são mais locais atingidos. Antes, era uma coisa mais concentrada em quatro cidades e agora, está se espalhando. Então, desa vez é pior", diz o governador Rui Costa (PT).
Segundo ele, as autoridades ainda estão levantando os estragos, mas já é possível afirmar que há grande número de desalojados em pelo menos 20 cidades. A estimativa dele é de que cada cidade tenha, ao menos 300 pessoas fora de suas casas. "São milhares de pessoas que tiveram de sair de suas casas, porque a água subiu um metro, dois metros, em alguns lugares, até três metros".
Segundo Costa, o governo federal e 5 estados informaram que enviarão apoio à Bahia: Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão, Paraíba e São Paulo. Fonte: G1