Ao chegar à casa, ele estava com outras duas pessoas, que também são funcionários do mesmo empregador, e decidiram procurar a delegacia para denunciar o patrão.
Segundo a Polícia Civil, as vítimas foram contratadas para trabalhar em serviços gerais em uma fazenda, especificamente com a retirada de raízes e pedras, porém, desde o contrato verbal até esta semana, não tinham recebido nenhum pagamento.
O grupo de trabalhadores afirmou ainda que o local em que estavam tinha situação precária e a alimentação era à base de arroz, abóbora e carne de animal silvestre.
Parte dos trabalhadores é oriunda do estado do Pará.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Porto Alegre do Norte, instaurou um inquérito para apurar os crimes de redução à condição análoga à escravidão, cárcere privado e lesão corporal praticados contra os trabalhadores.
Os investigadores da delegacia estiveram no local para averiguar a situação. No município, eles constataram que a casa alugada para abrigar os trabalhadores era um antigo bar, com aspecto de abandono, próximo da Câmara Municipal da cidade.
O local possuía apenas dois cômodos, sendo o salão principal, onde ficavam todos os trabalhadores, e um cômodo usado como cozinha, além de um banheiro.
Na residência, a equipe encontrou três funcionários e todos alegaram trabalhar para o mesmo empregador e que aguardavam o pagamento, pois nunca haviam recebido nenhum salário. Eles informaram ainda que todos os dias, o patrão os levava para o trabalho e trazia de volta.
Os investigadores apuraram ainda que o local era divido por 16 pessoas e a maioria havia ido embora para outras cidades com ajuda de parentes, devido às condições do trabalho, enquanto que os outros ficaram à espera do pagamento.
O empregador, além de não pagar seus funcionários, constantemente os ameaçavam de morte caso ele fosse denunciado.
Os investigadores checaram a informação de que o homem que atuava no recrutamento de trabalhadores e que havia agredido uma das vítimas, estaria retornando para Santana do Araguaia, no Pará.
A equipe conseguiu localizá-lo na rodoviária de Porto Alegre do Norte, pronto para embarcar no ônibus, quando foi preso em flagrante.
O empregador está foragido, mas as investigações continuam. Fonte: G1