Foto/Reprodução: Doutor Jairo UOL.Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta última quarta-feira (13), apresenta uma baixa no uso de preservativos pelos jovens brasileiros.
De acordo com esse levantamento do IBGE, entre 2009 a 2019, a margem de pessoas de 13 a 17 anos que usaram camisinha nas últimas relações sexuais caiu de 72,5% para cerca de 59%. Sendo que, entre as meninas a queda foi de 69,1% para 53,5%. Já para os meninos foi de 74,1% para 62,8%.
Os dados acima fazem parte de um estudo experimental da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense) que levantou indicadores para comparação de alunos que estão no 9º ano do ensino fundamental.
Esse mesmo estudo também levantou dados onde apresenta que os adolescentes nessa mesma faixa de escolaridade já tiveram relação sexual. Onde houve um crescimento de 27,9% em 2009 para 28,5% em 2019.
Além disso, esse mesmo estudo contou com a parceria do Ministério da Saúde e o apoio do Ministério da Educação. Tendo como foco levantar dados sobre a situação mental e sexual, além do uso de drogas, álcool e cigarros.
Consumo de álcool e drogas por jovens cresceu mais de 10%
O uso de bebida alcoólica teve um crescimento significativo onde em 2012 era de 52,9% para 63,2% em 2019. Essa alta foi maior entre as meninas, sendo que em 2012 a porcentagem era de 55% passando para 67,4% no ano de 2019. O indicador para os meninos foi de 50,4% em 2012 passando para 58,8% em 2019.
Já o uso de drogas cresceu nos últimos dez anos, saindo de 8,2% em 2009 para 12,1% em 2019. Em relação ao uso antes dos 14 anos, o indicador passou de 3,4% em 2009 para 5,8% em 2019. Além disso, o crescimento da exposição às drogas foi de 87,5% nesse mesmo período.
Porque os jovens estão cada vez usando menos preservativos e consumindo mais álcool e drogas?
A explicação é que ainda existe uma dificuldade, seja pelos pais ou nas escolas, de falar sobre o assunto com os adolescentes. Ou seja, ainda há um certo tabu sobre educação sexual e uso da camisinha, onde educadores e familiares não sabem como conversar sobre sexo.
Esse é o principal fator que atrapalha no uso do preservativo, essa nova geração não sabe nem como se coloca adequadamente uma camisinha. Além disso, os jovens, por não conhecerem corretamente os riscos, acabam subestimando as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
O álcool e as drogas vêm se tornando uma saída de escape da realidade pelos jovens, onde os mesmos encontram nessas substâncias uma forma de fugir dos problemas emocionais. Além disso, é um modo de ser aceito pelos amigos ou grupos de colegas que frequentam.
O consumo precoce de drogas e álcool traz consigo uma série de riscos para a saúde e sérias consequências para o futuro desses jovens. Um dos principais problemas são as sequelas neuroquímicas que podem retardar o aprendizado e gerar problemas emocionais mais complexos.
